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domingo, janeiro 02, 2011

Parlamentares esperam reforma política em 2011

Deputados e senadores que acompanharam posse de Dilma veem cenário favorável para aprovação de reforma, mas estabelecem primeiro ano de mandato como prazo limite. Veja quais as expectativas de aliados e oposicionistas em relação ao novo governo

Edson Sardinha e Mário Coelho

Primeiro, foi o ex-presidente Lula. Em outubro, ele disse que assim que deixasse a Presidência iria se empenhar na aprovação de uma reforma política. Ontem (1º), foi a vez de sua sucessora. Em seu primeiro discurso como presidenta, Dilma Rousseff defendeu mudanças profundas no processo eleitoral. "Na política, é tarefa indeclinável e urgente uma reforma com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública." Declarações assim mostram que, após oito anos de idas e vindas, a reforma política começa a ganhar corpo no Congresso. Esse é o sentimento revelado pela maioria de 11 parlamentares, três deles recém-eleitos, ouvidos pelo Congresso em Foco que acompanharam a cerimônia de posse de Dilma.

Para a maioria deles, levar adiante as reformas política e tributária logo no primeiro ano de mandato será o maior desafio da nova presidenta. Caso não tenha sucesso nessa tarefa já no primeiro ano de governo, Dilma dificilmente conseguirá evitar que as duas propostas tenham o mesmo destino que tiveram no governo Lula, ou seja, repousar nas gavetas do Congresso. A reforma política que sairá ainda é uma incógnita: voto distrital, financiamento público de campanha, voto em lista pré-ordenada, fidelidade partidária e fim das coligações nas eleições proporcionais são alguns dos temas a serem discutidos.

Mas as reformas não serão os únicos desafios de Dilma, na avaliação dos quatro oposicionistas e oito governistas ouvidos pelo site. Entre as grandes barreiras a serem transpostas pela presidenta logo no início de seu governo, estão: estabelecer uma forma própria de diálogo com o Congresso, evitar uma eventual fissura de sua base de apoio, superar a falta de carisma em relação a Lula, manter a estabilidade econômica, investir em infraestrutura, combater a corrupção e reduzir os gastos públicos. Veja o que os parlamentares esperam do governo de Dilma Rousseff e de 2011:

Luiza Erundina (PSB-SP), deputada reeleita
"A relação do Executivo com o Legislativo e os partidos tem de ser mais transparente. Tem de haver agora um investimento grande na reforma política. Muitos problemas enfrentados recentemente se devem ao esgotamento dos partidos políticos. A relação do governo com os partidos não é boa. Os partidos perderam identidade. Uma democracia forte pressupõe partidos fortes, mesmo aqueles que são da base do governo. O partido do governo não pode abrir mão de ter projeto próprio. Senão, daqui a quatro anos, será apenas uma força auxiliar do Executivo. O Legislativo precisa avançar para uma reforma política que surja de um pacto com a sociedade."

Demóstenes Torres (DEM-GO), senador reeleito
"Dilma terá o grande desafio de manter essa composição com todos os partidos que a apoiaram na eleição. Ao que parece, esse leque partidário da situação sofre fissuras. Com a composição ministerial que ela fez, muitos partidos estão desagradados. Ela precisa fazer as reformas tributária e política, que ela quer e que nós queremos fazer logo de cara, porque o momento que ela tem prestígio é este, depois ela vai ser cobrada, inclusive pelos próprios aliados. Acho que ela terá muitas dificuldades na conversação com aliados e oposição. Ao que tudo indica, essa composição feita não tem muito para ser mantida."

Gleisi Hoffmann (PT-PR), senadora eleita
"Quem vai puxar a reforma política será o ex-presidente Lula. A iniciativa não vai partir da presidenta Dilma. Ela apoia, quer que faça, mas isso é uma ação do Congresso Nacional. Nós temos de dar conta de fazer a reforma política. Se não dermos conta de fazer início no início desta legislatura, cabe a nós convocarmos um plebiscito para uma constituinte exclusiva revisora, como Lula havia dito. Acredito que essa possibilidade seja a mais viável. O PT é favorável a isso. Mas vai depender do Congresso, isso não é de competência do Executivo. Não adianta o governo ter maioria." "O grande desafio de Dilma no primeiro ano será mostrar seu perfil e forma de governar. Não digo dissociar-se do governo do presidente Lula porque ela é uma continuidade. Mas mostrar quem ela de fato é, a personalidade que ela tem, a forma de tocar as coisas. Isso vai ser importante para o Brasil e para ela também. O segundo será manter a estabilidade econômica. A gente aproveitar e fazer com que esse ciclo virtuoso continue. Em nenhuma hipótese podemos afrouxar para voltar a inflação e tampouco pesar a mão na questão dos juros, o que pode frear nosso desenvolvimento econômico. Tenho certeza de que a presidente Dilma terá equilíbrio para resolver isso."

Valdir Raupp (PMDB-RO), senador reeleito e novo presidente do PMDB
"O principal desafio de Dilma será continuar as políticas públicas e o crescimento econômico que o presidente Lula proporcionou. Dificilmente esse crescimento continuará em 2011 por causa da falta de infraestrutura. Para retomar o crescimento, ela terá de acelerar os investimentos em infraestrutura. Pelo menos não temos problema na área de energia elétrica. De toda forma, Dilma e o vice-presidente, Michel Temer, são bastante criteriosos e vão procurar errar o mínimo possível. Agora na vice-presidência, o PMDB terá uma responsabilidade ainda maior na governabilidade. Um partido desse tamanho não pode se dar ao luxo de fazer oposição. O PMDB está todo pacificado e Dilma está acertando logo de início."

Lúcia Vânia (PSDB-GO), senadora reeleita
"A presidenta Dilma é muito determinada. Dos presidentes recentes, ela é a que tem maior base política. Por isso, tem todas as condições para fazer reforma tributária e a reforma política. O primeiro gesto dela deveria ser a reforma política. O PSDB sempre foi favorável à reforma e tem o compromisso com o voto distrital, com a fidelidade partidária, o financiamento de campanha e o voto em lista. Essas eleições mostraram a necessidade enorme de uma reforma, não podemos ficar com esse sistema que aí está."

João Almeida (PSDB-BA), deputado
"O maior desafio de Dilma será manter a estabilidade da moeda. Isso implica baixar os juros em consequência de sustentar o crescimento que nós temos aí. Nós estamos numa economia com crescimento inferior à média de todos os países da América Latina, com exceção talvez ao Haiti. De qualquer modo, é um bom patamar de crescimento, um crescimento médio em oito anos de 3,6%. O brasileiro se acostumou a isso. O governo terá que promover isso, ou até promove-lo em escala maior. E, para isso, é preciso combate efetivo à inflação, baixar juros e, o mais grave, promover o corte dos gastos públicos. Ela terá de promover melhor qualidade do gasto público."

Arlindo Chinaglia (PT-SP), deputado reeleito
"O maior desafio de Dilma será manter essa expectativa, no Brasil e no mundo, de um país essencialmente democrático, que está crescendo economicamente com distribuição de renda e jogando outro papel no plano mundial, porque o que acontece em qualquer país está vinculado ao que acontece no resto do planeta. Ela terá de dar continuidade ao governo Lula, de altíssima popularidade, e, ao mesmo tempo, fazer os ajustes que a situação tanto nacional quanto mundial impuserem ao governo brasileiro. Ela vai naturalmente conduzir com esses parâmetros, até porque já ajudou o governo Lula. Até que se prove o contrário, a presidente terá sólida maioria, o que permitirá que o Congresso aprove o que ela propõe e, principalmente, dialogue com o governo e a sociedade para acertar mais."

José Carlos Aleluia (DEM-BA), deputado
"Primeiro, ela terá de ajustar a economia, que está descendo a ladeira. A inflação está fora de controle, o câmbio está destruindo a indústria nacional, os empregos brasileiros estão indo para a China, o Brasil está virando a fazenda e a mina da China. Se nós não mudarmos isso, a nossa indústria será destruída rapidamente. É só perguntar a qualquer industrial e a qualquer trabalhador, não trabalhador de mentirinha como o Lula, mas trabalhador de fato de indústria, para ver que a indústria está perdendo competitividade."

Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), deputado eleito
"Dilma terá de manter o que o presidente Lula construiu, principalmente os avanços nos programas sociais e na educação, mas terá de recuperar a saúde pública, que está em nível de sucateamento. Seu maior desafio será superar as demandas de combate à corrupção, situação que o governo Lula não conseguiu atender. A República veio a ser acometida por sucessivos escândalos, e muitos deles ficaram pelo caminho, sem esclarecimento ou punição. Por falta de instituições capazes, não? A Polícia Federal foi a mais demandada no combate ao crime organizado, mas com descompasso entre a atividade policial e os instrumentos legais disponíveis que não conseguiu implementar no Congresso. A presidente Dilma deve ajudar o Congresso a tirar da gaveta instrumentos de combate à corrupção que domina o cenário nacional, dinheiro que faz falta à educação, à saúde e à segurança pública."

Wellington Dias (PT-PI), senador eleito
"Embora contando com um dos melhores professores de política do país, que é o ex-presidente Lula, certamente Dilma vai precisar de uma equipe e de lideranças no Congresso Nacional para esse trabalho de Parlamento, muito exigente, com a presença de ex-presidentes, ex-governadores, e lideranças destacadas no Brasil que têm uma posição clara. A eleição foi bem disputada e, mais que a outra, teve não só a disputa de um projeto, mas de temas palpitantes. Certamente, a presidente Dilma vai precisar muito de costurar entendimentos para as grandes reformas que o Brasil ainda precisa: a política e a tributária. Agora mesmo temos a regulamentação do pré-sal e uma conjuntura internacional muito complexa. Tenho a visão de que os efeitos da crise internacional ainda vão chegar muito forte no ano de 2011 no Brasil. Tudo isso é desafiador, e estaremos aqui a colaborar."

Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), deputado
"O maior desafio da presidente Dilma será garantir o bom andamento da economia e realizar as reformas, sobretudo, a política. A reforma política foi feita pela metade pelo atual Congresso. Todos viram de perto a importância que a sociedade deu à Lei da Ficha Limpa. Precisamos discutir o voto distrital misto para readequar a relação entre o eleitor e o eleito. Há um desencanto com a política. A reforma vai acontecer porque o ambiente já está criado. O PMDB tem esse compromisso."

Marta Suplicy (PT-SP), senadora eleita
"Ela vai ter uma queda de aprovação, claro, tem que ter. Você conhece alguém no mundo que tenha isso (87% de popularidade)? Acho que ela está preparada. No começo sempre tem uma coisa assim. Depois ela vai conquistar de novo, isso faz parte do processo."

Leia ainda:

Dilma promete "luta obstinada" contra pobreza

O primeiro discurso de Dilma como presidenta

Fonte: Congressoemfoco

"Sonhar é romper limite do possível"


Fábio Pozzebom/ABr
Lula passa a faixa presidencial para Dilma: presidenta fala em governar somando sonho e realidade

Rudolfo Lago

A presidenta Dilma Rousseff voltou a se emocionar ao receber de Lula a faixa presidencial no Parlatório, na segunda solenidade de sua posse. Num discurso mais curto do que o feito antes no Congresso Nacional, Dilma misturou as condições reais que terá para o seu governo com seus sonhos de país. E construiu uma bela frase: "Sonhar e perseguir um sonho é romper os limites do possível".

Depois de citar Guimarães Rosa no discurso feito no Congresso, no Parlatório Dilma citou outra mulher governante: Indira Ghandi,que foi primeira-ministra da Índia entre 1966 e 1977 e entre 1980 e 1984. "Não se pode trocar um aperto de mãos com os punhos fechados", foi a frase de Indira Ghandi usada por Dilma. A frase foi o mote para Dilma pregar uma união dos brasileiros em torno de temas como a educação e a eliminação das diferenças sociais.

Antes do discurso, Dilma inovou ao passar em revista a tropa dos Dragões da Independência. Ela parou a revista no meio para beijar a bandeira do Brasil. Quando a presidente saiu do Congresso, já não chovia em Brasília. E ela pode, então, desfilar no Rolls Royce presidencial aberto até o Palácio do Planalto, ao lado de sua filha, Paula, que usava um vestido azul.

No alto da rampa do Palácio, Lula, ao lado de sua mulher, Marisa, a esperava sorridente. O presidente recebeu Dilma com um forte abraço. Mais tarde, Lula deixou o Parlatório logo depois de passar a faixa presidencial. O momento passava a ser só de Dilma Rousseff.

Fonte: Congressoemfoco

Caso Battisti está resolvido, diz procurador-geral da República

Mário Coelho

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou neste sábado (1º) que, uma vez decidido que o ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti não será extraditado, o assunto está resolvido. Na visão dele, a extradição é de responsabilidade do presidente da República. Portanto, com a decisão do ex-presidente Lula de manter Battisti no Brasil e negar o pedido da Itália, não existe a necessidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) analisar o caso novamente.

"Decidida pelo Executivo a concessão do refúgio, não caberia mais qualquer discussão no âmbito do Judiciário", afirmou Gurgel, em entrevista concedida momentos antes da posse da presidenta Dilma Rousseff no Congresso. O chefe do Ministério Público entende que Lula, ao examinar os pressupostos de concessão de refúgio político, tomou uma decisão que não pode ser revertida. "Decidiu o presidente pelo indeferimento da entrega, o assunto está resolvido", completou.

Questionado do motivo de Battisti não ter sido solto ainda, Gurgel disse que há dúvidas no Supremo sobre o cumprimento ou não da decisão de Lula. "Na verdade, há uma dúvida se o assunto voltaria ao Supremo Tribunal Federal. Há ministros do Supremo que têm ponto de vista diversos", comentou. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o presidente do STF, Cezar Peluso, afirmou que a corte vai analisar os argumentos usados pelo presidente Lula para manter o ex-ativista no país.

No último dia de seu governo, Lula decidiu manter Battisti no Brasil na condição de refugiado político. A posição do ex-presidente vai de encontro à determinação do Supremo, dada em 2009, de negar o status de refugiado e aceitar o pedido de extradição feito pela Itália. O ex-ativista foi preso no país em 2007 pela Polícia Federal.

Battisti foi condenado na Itália por quatro assassinatos que teria cometido entre 1977 e 1979, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Depois de sair da França, Batistti está preso no Brasil desde 2007. Ele se declara inocente das acusações e diz que é perseguido pelo atual governo, de perfil conservador, da Itália.

Sobre Dilma Rousseff, o procurador-geral da República lembrou que a eleição da petista é positiva para o país pela forma que aconteceu, com o resultado proclamado rapidamente e sem dúvidas sobre a votação. "Temos a renovação, um dos aspectos que mais qualifica a República", comentou.

Fonte: Congressoemfoco

Nos jornais: Dilma lançará plano para erradicar miséria

Folha de S. Paulo

Dilma lançará plano para erradicar miséria

Dilma Vana Rousseff, 63, torna-se hoje a primeira mulher a ocupar a Presidência da República. Quadragésima presidente do país, sua prioridade já foi definida: lançar um plano nacional de erradicação da miséria.
O plano fará parte de seu discurso de posse, que vai enfatizar a necessidade de aprofundar as mudanças iniciadas por Luiz Inácio Lula da Silva, seu antecessor e mentor político. A ideia será sintetizada no mote "um Brasil que apenas começou".

Sob o carimbo da continuidade, Dilma quer cravar seu próprio selo social, a exemplo do Fome Zero e do Bolsa Família, arrimo da alta aprovação lulista.

Ela já marcou reunião com sete ministros para discutir um plano que elimine a pobreza extrema em quatro anos -uma das principais promessas de campanha da petista.

A ideia é reunir os programas existentes no governo e lançar novos, como iniciativas específicas de financiamento e capacitação profissional, portas de saída do Bolsa Família.

Em seu último dia, Lula ganha máquina de café e pílulas de "amor" e "dedicação"

Nas últimas 24 horas de seu governo, Lula se emocionou com despedidas de ministros e funcionários do Palácio do Planalto. Desde a véspera, o presidente vinha atendendo, entre um evento e outro, pedidos de fotos de servidores e entusiastas de sua gestão. Funcionários se aglomeraram em um dos corredores do Planalto para tentar uma foto de despedida.
Dos servidores, Lula ganhou presentes, como uma máquina de café expresso e uma caixa de "remédio", com pílulas de "amor, carinho e dedicação". Após as confraternizações, Lula ainda se encontrou com o vice-presidente do Conselho de Estado de Cuba, José Ramón Ventura, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Do lado de fora, mais gente tentava se despedir de Lula.

Dilma quer resposta sobre desaparecidos

A presidente Dilma Rousseff quer dar uma resposta oficial do Estado brasileiro aos familiares dos mortos e desaparecidos na ditadura militar (1964-1985), o que pode incluir um mea culpa da Presidência e dos militares. A Folha apurou que Dilma articulará um acordo com as Forças Armadas, o Congresso e entidades como as de direitos humanos e a OAB.
A intenção é, num prazo de dois anos, construir uma narrativa oficial e definitiva sobre as circunstâncias das mortes e desaparecimentos.
Não há números precisos, mas se estima que cerca de 400 pessoas foram mortas e que desapareceram entre 130 e 160 opositores do regime.

Lula mantém Battisti e abre crise com Itália

No último dia de seu governo, o presidente Lula negou a extradição do terrorista italiano Cesare Battisti e abriu uma nova crise diplomática com a Itália. Ao anunciar que Battisti ficará no Brasil com o status de imigrante, e não como refugiado ou asilado, o presidente argumentou que o italiano, caso volte ao seu país, poderá sofrer perseguição por "opinião política, condição social ou pessoal". O ato causou revolta na Itália. O embaixador italiano em Brasília, Gherardo La Francesca, foi convocado a Roma para tratar do caso. Na linguagem diplomática, a convocação é considerada um ato de protesto.

Supremo não tem prazo para libertar italiano

Os ministros do Supremo Tribunal Federal deverão libertar Cesare Battisti, mas não há prazo para que isso ocorra. Responsável por decretar a prisão do italiano, em 2007, o tribunal é que vai emitir o alvará de soltura.
O presidente do STF, Cezar Peluso, confirmou anteontem que o tribunal deverá analisar os argumentos usados por Lula para manter Battisti no Brasil a partir de fevereiro, quando termina o recesso do Judiciário.
Para o ministro Marco Aurélio Mello, contudo, Battisti deve ser solto imediatamente e a decisão de Lula não deve ser revista pela Corte.

Cabral cola em Lula e traça estratégia para ser vice em 2014

Às vésperas de completar 48 anos, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) inicia seu segundo mandato disposto a fixar a imagem de responsável por um "choque de gestão" no Estado do Rio.
A estratégia é para, no mínimo, ser candidato a vice na disputa presidencial de 2014. Em seu cenário ideal, o cabeça de chapa seria Lula, já que sabe que somente ele poderia bancá-lo como candidato a vice frente às diversas correntes peemedebistas. Na escolha do vice de Dilma Rousseff, por exemplo, o PMDB impôs o nome de Michel Temer à então candidata petista. Cabral avalia que dificilmente conseguiria que o partido viesse a aceitar indicá-lo como vice em 2014, a menos que Lula o exigisse.

Alckmin assume SP de olho em projeto eleitoral

O tucano Geraldo Alckmin estreia hoje um governo desenhado sob medida para seu projeto eleitoral, seja a busca da reeleição ou da Presidência da República. Além da tentativa de ampliação do arco de alianças -com inclusão do PSB e reserva de espaço para o PMDB, por exemplo- a montagem de seu secretariado mostra um esforço de asfixia de um potencial adversário do tucanato em 2014: o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). "Temos que levar o governo mais para esquerda", justificou Alckmin nos últimos dias a interlocutores.

Reeleitos não cumpriram metas de 2006

Governadores reeleitos em outubro reassumem hoje sem ter cumprido integralmente as promessas feitas na campanha eleitoral de 2006.
A Folha fez um levantamento das principais promessas dos políticos. Há metas genéricas, como redução da pobreza e fim da impunidade, e outras concretas, como construção de hospitais e contratação de policiais.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), reassume sem ter aumentado o número de farmácias populares de 18 para 40, como prometeu. Hoje, são 19 unidades. A Secretaria da Saúde do Estado apontou outros avanços, como o aumento do número de leitos.

Oposição controlará mais da metade do eleitorado e fará contraponto a Dilma

Os governadores de oposição que tomam posse hoje vão comandar a maior parte do eleitorado brasileiro e serão um contraponto à gestão federal petista. Juntos, os dois maiores partidos da oposição, PSDB e DEM, controlarão dez Estados e 52,5% dos eleitores. O governador reeleito de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), também apoiou José Serra (PSDB) na campanha, contrariando orientação do seu partido.
O PSDB elegeu oito governadores e será o partido com o maior número de Estados sob seu comando, entre eles os maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Minas. Governadores que apoiaram Dilma Rousseff (PT) na eleição venceram em 16 Estados, que representam 46,2% do eleitorado nacional.

O Estado de S. Paulo

Começa o governo Dilma

Dilma Rousseff assume hoje como a primeira mulher presidente do Brasil. O mandato da petista, que quer ser chamada de “presidenta”, começa sob a sombra do enorme carisma de seu antecessor e padrinho político, Lula. “Eu não posso errar”, diz Dilma – que, fiel a sua fama de durona, já planeja reuniões de trabalho para “ontem”. Após oito anos, Lula passará a faixa à sua criatura deixando um legado de acertos e descompassos políticos, econômicos e sociais. Lula teve como marca os solavancos de sérias crises políticas, como a do mensalão, mas também a inegável redução da desigualdade social e a manutenção da estabilidade econômica. Para compensar o peso dessa herança, Dilma terá a maior base de apoio já formada em torno de um presidente desde a redemocratização do Brasil.

Lula veta projeto do Senado e cria cadastro de bons pagadores por MP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou integralmente o projeto de lei aprovado em dezembro no Senado e criou uma regulamentação própria para o cadastro positivo, banco de dados dos bons pagadores. A Medida Provisória 518, acompanhada do veto, foi publicada no Diário Oficial da União de ontem e começa a valer imediatamente. O projeto de lei aprovado pelos senadores foi alvo de críticas dos órgãos de defesa do consumidor por, simplesmente, criar o cadastro positivo sem estabelecer regras para o compartilhamento de informações dos bons pagadores. Isso, segundo as instituições, abriria brechas para a violação de privacidade e discriminação dos consumidores.

Bancos foram contemplados

A defesa do consumidor nunca mereceu a devida atenção do governo petista, especialmente em face das práticas abusivas dos bancos. Mas pelo menos horas antes de fechar a cortina do seu último mandado, o presidente Lula ouviu, em parte, os consumidores ao vetar o projeto de lei que implementava o chamado cadastro positivo.

O ato não deixa de surpreender por contrariar, ainda que minimamente, o interesse dos banqueiros e de suas entidades. Digo minimamente, porque não houve, em verdade, veto ao cadastro positivo em si, mas ao malévolo projeto de lei sobre o assunto aprovado pelo Congresso Nacional.

Lula deixa para Dilma reajuste de aposentados

O governo federal deixou para a próxima semana a publicação da medida provisória que define o reajuste dos aposentados e pensionistas que recebem mais que o salário mínimo. Como não houve negociação e acordo entre centrais sindicais, representantes dos aposentados e do Executivo, os benefícios deverão ser corrigidos apenas pela inflação, ou seja, com base na estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,5%.

A expectativa do presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins Gonçalles, no entanto, é de que os aposentados ganhem um pouco mais que isso. O índice oficial da inflação de 2010 só será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 20 de janeiro e, na avaliação do presidente da Cobap, ele pode ser maior do que os 5,5% projetados.

Aumento de 5,8% do seguro-desemprego já está em vigor

O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) decidiu ontem elevar em 5,88% o valor do seguro-desemprego, que entra em vigor hoje. O porcentual de reajuste é o mesmo aplicado ao salário mínimo. O aumento do mínimo, que passou de R$ 510 para R$ 540, foi fixado por uma Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O reajuste ficou abaixo do defendido pelas centrais sindicais, que pressionaram o Palácio para elevar o valor para R$ 580.

Tributo sobre energia é prorrogado por 25 anos

O consumidor vai continuar pagando por mais 25 anos um encargo que encarece a conta de luz. Poucas horas antes da virada do ano, o governo incluiu em uma Medida Provisória a prorrogação, até 2035, da cobrança da chamada Reserva Global de Reversão (RGR). Essa espécie de tributo custou aos brasileiros cerca de R$ 1,6 bilhão em 2009.

A decisão tomada de última hora provocou reações das entidades do setor elétrico. "O governo perdeu uma oportunidade muito importante de reverter parte da explosão dos custos da energia para os consumidores", disse Paulo Pedrosa, presidente-executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).

Economia dita vaivém da popularidade

Em pesquisas de avaliação do governo, vale o saldo. Do total de ótimo/bom, subtrai-se a soma de ruim/péssimo: resultado positivo é aprovação; negativo, desaprovação. O "regular" não conta. Nesse critério, Luiz Inácio Lula da Silva bateu o recorde presidencial de José Sarney.

A série histórica do Ibope mostra que muita coisa mudou entre um e outro. Mas o motivo subjacente que orientou as curvas de popularidade do governante de plantão segue sendo o mesmo: o desempenho da economia.

O País, enfim, reage à pobreza

Visto pelos gráficos do chamado coeficiente de Gini, que mede a desigualdade de renda, o Brasil de Lula é uma curva em queda constante. Sem que o País deixasse as piores posições no ranking mundial de concentração de renda, a desigualdade entre os mais ricos e mais pobres caiu ano a ano a partir de 2003, algo que não se viu nas quatro décadas anteriores. Dados oficiais indicam que 31,7 milhões de brasileiros deixaram a pobreza e outros 12,6 milhões não podem mais ser considerados miseráveis.

A pobreza extrema, que a presidente Dilma Rousseff prometeu erradicar, ainda é condição de 13,5 milhões de brasileiros, segundo os dados mais recentes disponíveis, mas é a classe média quem domina agora.

Ao final da gestão, população vê saúde como o principal problema

A seis meses do fim do mandato do presidente Lula, o governo quis saber qual era o principal problema do País. Pesquisa de opinião encomendada pela Secretaria de Comunicação da Presidência - feita em 4.500 domicílios de 240 municípios do País - apontou a saúde como o principal problema. Essa era a percepção de 36% dos entrevistados, porcentual bem maior do que o medido em 2009, quando a saúde era apontada como o principal problema por 22,7% da amostra da população.

A saúde apareceu como maior problema brasileiro em todas as faixas de renda, à frente de temas como desemprego, habitação e corrupção. Mas foram os pobres os que mais se queixaram, aqueles que dependem dos serviços públicos, segundo a pesquisa encomendada.

O Globo

No adeus, Lula deixa para Dilma crise diplomática com a Itália

Em seu ultimo dia no cargo, o presidente Lula abriu uma crise diplomática com a Itália ao decidir não extraditar o ex-ativista de extrema esquerda Cesare Battisti, condenado à prisão perpetua em seu país. O governo italiano protestou duramente e chamou de volta seu embaixador. Battisti ficará no Brasil com status de estrangeiro. Em meio a crise e sob a sombra do presidente que sai com popularidade recorde, Dilma Rousseff toma posse hoje como a primeira mulher no Planalto. E herda os desafios de conter os gastos públicos, elevar o investimento em infraestrutura, além de melhorar a qualidade da educação e da saúde.

Na despedida, provocação aos EUA

Mesmo sem uma solenidade pública para falar, o ex-presidente Lula deu um jeito de, no último dia no exercício do cargo, improvisar um evento para fazer o derradeiro discurso: de manhã, ao receber cumprimento de servidores e ministros. Emocionado, mas sem chorar, fez um balanço de seus dois mandatos, leu um trecho de seu programa de governo de 2002, no qual anunciava que lutaria para que não se repetisse o que ocorrera na década de 90, segundo ele: a população sem usufruir conquistas no campo econômico.

Para Lula, ele passará para a História como o único presidente que fez mais do que prometera no programa de governo. Ele também aproveitou para alfinetar a oposição, pela última vez no cargo:

- Eu gosto de falar "nunca antes" porque sei que tem adversários e gente que não gosta, que sofre quando eu falo. Como eles pensam que sofro quando eles falam mal de mim, então retribuo dizendo que nunca antes na História do país houve, dentre deste palácio, nesta sala, a quantidade de movimentos sociais participando, falando, propondo e decidindo políticas que o governo brasileiro tinha que executar.

AGU: 'contornos de polarização ideológica'

O parecer da Advocacia Geral da União (AGU) no qual o presidente Lula se baseou para manter o ex-ativista Cesare Battisti no Brasil afirma que, se for extraditado, o italiano pode ser vítima de pressão da opinião pública. O documento lembra que o tratado de extradição entre os dois países permite a negativa da extradição, se houver risco de "perseguição e discriminação" ao réu. Em contrapartida, boa parte do texto é dedicada a tentar pacificar o estado de ânimo do governo italiano.

"Eventual negativa de extradição não qualifica, e nem demonstra, e nem mesmo sugere, qualquer avaliação negativa para com as instituições italianas, presentes ou pretéritas. Trata-se, tão somente, de cumprimento de previsão do tratado", diz o parecer, assinado por Arnaldo de Moraes Godoy, da AGU.

Dilma prometerá erradicar miséria e conter gastos

Primeira mulher a tomar posse como presidente da República, Dilma Rousseff (PT) assume o cargo hoje prometendo erradicar a pobreza extrema no país como sua principal meta de governo. Além da mensagem social, ela assumirá o compromisso público de manter o controle de gastos e evitar o risco inflacionário, em uma condução responsável da economia. Mas decidiu descartar de seu pronunciamento qualquer referência ao termo ajuste fiscal.

A mensagem de Dilma terá dois momentos distintos: um mais formal, num longo discurso de 45 minutos no Congresso, e outro mais emotivo, que será feito no parlatório do Palácio do Planalto. Mas nos dois discursos Dilma irá estabelecer as principais diretrizes e compromissos de seu governo. Em sua fala, haverá o cuidado para não usar a palavra continuísmo.

Segundo interlocutores, Dilma agradecerá a ousadia do povo de ter primeiro eleito um operário, numa referência direta ao ex-presidente Lula. E, depois, por ter eleito uma mulher. Com isso, pretende enfatizar a novidade histórica que foi a sua eleição.

A partir de hoje, desafios em diferentes áreas

O jogo começou, e a presidente eleita, Dilma Rousseff, corre contra o tempo para manter o país no rumo do crescimento sustentado. Na visão de analistas, o novo governo precisará emitir sinais imediatos e adotar medidas em curtíssimo prazo para recuperar credibilidade e manter a economia nos trilhos, afastando o fantasma da inflação e assegurando mais investimentos para o país, passaporte indispensável para o sucesso da atual gestão.

Especialistas ouvidos pelo GLOBO consideram que 2011 deve começar com medidas restritivas na área fiscal, não apenas para o equilíbrio das contas públicas, mas para sinalizar uma nova postura que diferencie a gestão de Dilma da última fase do governo Lula:

Pelo script, Lula entra e sai calado

Pelo roteiro oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrará mudo e sairá calado do Palácio do Planalto, limitando sua participação à entrega da faixa presidencial a Dilma Rousseff e, no máximo, cumprimentando-a com palavras de felicitações ditas somente a ela na hora da cerimônia. Mas isso é o que o cerimonial da Presidência e do Itamaraty desenha. Como Lula, em seus oito anos de mandato, fugiu de todos os scripts, é incerto se sua participação na festa da posse de hoje será a de um coadjuvante.

Ministros que estiveram com Lula nesta última semana saíram de seu gabinete com a constatação de que tudo pode ocorrer. Afinal, todos sabem: o presidente é emotivo, faz questão de se misturar ao povo e, como já disse em várias ocasiões, não pode ver um microfone que não resiste à tentação de fazer um discursinho, de improviso, claro.

Aeroportos vão para iniciativa privada

AInfraero vai perder mais da metade dos 67 aeroportos que administra atualmente, adiantaram ao GLOBO fonte do governo e da equipe de transição. A estatal ficará com cerca de 30 terminais. Os demais serão repassados aos estados e municípios, que poderão concedê-los à iniciativa privada. Os mais movimentados e mais rentáveis, no entanto, como Galeão (Tom Jobim), Cumbica (Guarulhos-SP) e Viracopos (Campinas), continuarão sob o guarda-chuva da Infraero. No Rio, os de Jacarepaguá e de Macaé, por exemplo, poderão ser explorados pelo setor privado.

Conforme informou ontem o colunista do GLOBO Ancelmo Gois, as medidas para a concessão dos aeroportos à iniciativa privada já estão sendo discutidas pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e a presidente Dilma Rousseff, que toma posse hoje.

Correio Braziliense

A vez de Dilma

“Mudar muito para quê, se 83% aprovam o atual governo?” A pergunta foi dita por um dos ministros na reunião em que Dilma Rousseff definiu a linha do discurso que fará hoje, quando tomará posse como a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Ela assume com o desejo de se mostrar como algo novo dentro de um governo com cara de velho, porém, querido por mais de 80% dos brasileiros, conforme demonstram as pesquisas de opinião. O maior desafio, ninguém duvida: manter a popularidade nos níveis atuais, sem a presença do maior comunicador do Planalto, o próprio Luiz Inácio Lula da Silva.

Hoje, a imagem de criador e criatura divulgada na campanha terá um só corpo, o de Dilma. E com os sinais totalmente invertidos em relação a 2003, quando Lula assumiu pela primeira vez o governo com o lema da mudança. Naquele dia, o Brasil apostou em alguém tarimbado em política sem muito conhecimento na área de gestão. Passados oito anos, o país será comandando por aquela que Lula apontou como excelente gestora. Porém, avaliada por muitos como alguém sem experiência política.

A posse de vários olhares

Nunca antes na história deste país uma posse presidencial será registrada por uma gama tão grande de olhares. Das gigantescas máquinas munidas de filme preto e branco empunhadas na posse de Fernando Collor de Mello, passando pelas também gigantescas — mas já coloridas — câmeras que registraram Fernando Henrique Cardoso subir a rampa do Palácio do Planalto à recém-geração digital que fotografou Luiz Inácio Lula da Silva, em quase 20 anos de democracia, o perfil do brasileiro que vai à Esplanada dos Ministérios saudar o novo presidente mudou muito. Filmadoras e câmeras digitais, Ipads, smartphones. Tudo isso formando uma imensa rede multimídia de tempo real, registrando cada segundo da posse de Dilma Rousseff.

Todas as mulheres da presidente

Se toda mulher tem um pouco de Leila Diniz pela vontade de quebrar padrões de comportamento, Cléo, Marly, Jane têm ainda um pouco de “Dilma” em suas personalidades. Essas mulheres foram escolhidas — com outras 10 — pela presidente eleita para acompanhá-la na nova rotina presidencial. Pessoas próximas as consideram decididas, fortes, leais e discretas, características comuns à presidente. Elas devem integrar o Gabinete Pessoal da Presidência da República. As nomeações serão divulgadas nos primeiros dias do ano.

O poder está com elas

O feito de Dilma Rousseff, eleita a primeira presidente do Brasil nas últimas eleições, soma-se a alguns outros de mulheres que foram pioneiras na política mundial. Desde os primórdios, ainda na antiguidade, com a então rainha do Egito Cleópatra, passando pela escolha de primeiras-ministras e de chefes de Estado na Europa e na Ásia, até a eleição das primeiras representantes com cargos eletivos no governo brasileiro. Ao subir a rampa do Palácio do Planalto e receber a faixa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a petista entra de vez para a história.

Até os adversários

Dezoito dos 27 governadores eleitos e reeleitos confirmaram presença na cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff. Eleita para seu primeiro mandato, a petista mostra que assumirá com influência, alavancada pelo peso político de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela conseguiu movimentar cerimoniais de vários estados para que até mesmo governadores de partidos adversários pudessem prestigiar sua posse. Muitos marcaram as solenidades simples e curtas, de menos de duas horas, para o início da manhã ou madrugada de hoje, articulando assim a agenda local com a nacional. Além de fazer um aceno de boa vontade para a nova presidente, adversários decidiram esquecer os ataques da eleição para acompanhar a despedida de Lula, no melhor espírito democrático. Governadores tucanos como Marconi Perillo (GO), Siqueira Campos (TO), Geraldo Alckmin (SP), José Anchieta Júnior (RR), Teotônio Vilela (AL) e Beto Richa (PR) optaram por apressar a cerimônia para embarcarem rumo a Brasília.

Fonte: Congressoemfoco

Como copiar fotos para o CD?

Alessandra Kormann

Como passo fotos do computador para um CD? Que tipo de disco eu devo usar?
Gege

Assim que vc insere um disco virgem no drive (pode ser um CD-R normal), o Windows pergunta o que deseja fazer com ele. Uma das opções é "Gravar arquivos em disco/ Usando janelas". Clique em cima dela. A seguir, vai surgir uma janelinha, pedindo para vc dar um nome para o disco. Digite "Fotos", por exemplo, e clique em "Avançar!". O sistema vai formatar o seu disco, preparando-o para receber os arquivos. Assim que a formatação for concluída, vai surgir uma nova janela, com a informação "Arraste arquivos para esta pasta para adicioná-los ao disco".

Do lado esquerdo da tela, a unidade de CD ou DVD vai estar selecionada, já com o nome que vc deu ao disco. Em cima, vc vai encontrar as pastas com os arquivos que estão na sua máquina. Provavelmente, eles estarão na pasta "Meu Computador" ou na pasta com o seu nome, se vc tiver um perfil de usuário próprio. Vá clicando em cima das pastas até localizar as fotos. Qdo encontrá-las, clique em cima delas para selecioná-las.

Se quiser selecionar todas, use a tecla "Shift" (a seta para cima). Se quiser selecionar fotos fora de ordem, use a tecla "Ctrl". Finalmente, arraste as imagens com o mouse para a "Unidade de CD ou DVD", onde está o seu disco, e aguarde a cópia ser feita. E pronto! Se o disco não for virgem e já tiver um monte de arquivos gravados, vc pode gravar mais imagens nele, se houver espaço. Clique com o botão direito do mouse no menu "Iniciar" (o símbolo do Windows no canto esquerdo inferior da tela) e selecione "Explorar". Faça o mesmo procedimento de selecionar e arrastar as imagens.

Envie sua dúvida para o e-mail batepapo.internet@grupofolha.com.br. Informe a sua idade e a cidade onde mora. As perguntas selecionadas serão publicadas sem identificação do remetente. A coluna pode publicar apenas trechos das questões.

Fonte: Agora

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A realidade, mais fascinante do que a ficção

Carlos Chagas

Oito anos atrás, fomos dormir, ou ficamos acordados, imaginando como tinha sido possível um torneiro-mecânico suceder um sociólogo na presidência do Brasil. Vivíamos uma democracia, é claro, com eleições livres, mas pela primeira vez na História chegava ao poder alguém despojado das credenciais clássicas das elites ou da burguesia.

O desconhecido se desatava à frente, sem carta de marear, talvez navegar não fosse possível, diria o saudoso dr. Ulysses, se ainda estivesse entre nós.
A realidade revelou-se mais fascinante do que a ficção. Ainda que Luiz Inácio da Silva tivesse divulgado sua “Carta aos Brasileiros”, prometendo manter as instituições, os compromissos externos e a economia de mercado, muitos duvidavam. Outros previam e até ansiavam pelo inusitado.

Transcorridos dois mandatos, o Lula vai para casa levando a maior popularidade jamais conquistada por um presidente da República. Estava certo quando repetia o singular “nunca na História deste país”… Além de contentar as elites e redimir as massas, atendeu a classe média.

Retomou o desenvolvimento, voltamos a crescer, inseriu o Brasil em novo patamar internacional e fez mais: sozinho, escolheu e elegeu uma auxiliar há oito anos desconhecida pela opinião pública. Uma mulher, acrescente-se.
Claro que o Lula cometeu erros. Não realizou tudo o que pretendia. Mas deixa um saldo excepcional. Merece todos os elogios.�

EM BUSCA DAS DIFERENÇAS

Começa que é mulher, a primeira a exercer a presidência da República. Há que buscar outras diferenças. Jamais se poderá esperar que Dilma exprima um papel-carbono ou um vídeotape do Lula. Nem seria desejável, em termos de futuro.

De início, o berço. A nova presidente vem de uma família de classe média alta, jamais passou fome, exceção quem sabe nos três anos em que ficou presa. Outra diferença: o presidente que se despede só permaneceu uma semana na cadeia. Não pegou em armas contra a ditadura, se considerarmos que discursos, greves e passeatas constituem outro tipo de armas.

Ela, não. Assumiu a luta impossível, certamente um erro ideológico, mas profundamente respeitável. Em termos de personalidade também diferem. Tolerância tem sido a marca do Lula. Dilma é áspera. Cobra resultados e não hesita em levantar a voz e passar pitos em quem quer que seja, maquiadora ou ministro.

Perfeccionista, uma, sempre atenta ao conjunto, sem esquecer o varejo. O outro, cuidando mais do atacado, ainda que preocupado com certos detalhes. Semelhanças, é claro que também existem. Ambos cederam a pressões político-partidárias, na hora da composição de seus ministérios.

Para contra-atacar, ele revelou-se maior do que seus ministros e seu próprio partido, não raro relegando-os à indiferença. Ela, pelo jeito, vai pelo mesmo caminho.

Politicamente, são de esquerda, mas moderada, nunca furibunda. Quanto ao social, o Lula começou combatendo a fome. Dilma promete extirpar a pobreza. Ambos, no entanto, atentos ao mercado e suas sutilezas.

No final de seu segundo mandato, o Lula tornou públicas as críticas aos Estados Unidos, que fazia na intimidade. Dilma talvez demore um pouco, mas certamente não se deixará seduzir pelo canto da sereia que por sinal comparece à sua posse.

Em suma, não é o desconhecido que se desata à frente, mesmo sendo inevitáveis as tempestades. Só que a caravela e a carta de marear são outras.

Fonte: Tribuna da Imprensa

“Habemus Papa”, e Dona Dilma desceu a rampa com Lula, com medo de que ele não fosse embora

Helio Fernandes

Não tem mandato vitalício, como no Vaticano, e nem sabe até quando irá a duração do que está assumindo. Fez questão (um fato inédito), de descer a rampa com Lula, não era consideração, e sim medo de que ele não fosse embora.

Pela Constituição (e temos tantas que podem citar e repetir à vontade), os presidentes têm prazo de validade estipulado. É bem verdade que a República (ou o destino?) devorou tantos presidentes, que temos quase o mesmo número de vices que assumiram como presidentes eleitos. E mesmo os “presidentes”, assumiam sem saber quanto tempo durariam ou resistiriam.

Seu antecessor, inventor e grande eleitor, tem feito afirmações as mais contraditórias. Acredito até que não seja crueldade e sim incerteza. Num momento deixa entrever, “posso voltar, se houver dificuldade”. No outro, para o mundo para retumbar: “A Dilma só não fica 8 anos se não quiser, esse, hoje, é um direito dos presidentes”.

Ninguém acredita em Lula, principalmente em matéria de sucessão. “Nunca na História deste país, alguém teve tanta dúvida sobre seu próprio futuro presidencial”, quanto Lula.

Está bem, passou o mandato, isso estava no roteiro que ele mesmo escreveu. Os bem informados, sabem que Lula tentou de todas as maneiras o terceiro mandato, não conseguiu.

E só não conquistou o terceiro, era um lugar comum: se conseguir esse imaginário “terceiro”, não sai nunca mais. Ninguém esqueceu a alegria, a satisfação e o deslumbramento depois da visita ao Gabão.

Só se lembrou de uma coisa que recitava para todos, íntimos ou não: “Puxa, ele está há 32 anos no Poder”.

***

PS – O discurso de Dona Dilma não teve nenhuma importância, não há uma frase que fique batendo agradavelmente no ouvido de tantos, nem mesmo dos 55 milhões que votaram nela. Iam votar em quem, se o “adversário” se chamava José Serra?

PS2 – E Dona Dilma está farta de saber que não garantirá a permanência no Poder, por quatro anos, oito, ou mesmo até 2014, com palavras. Tem que FAZER. Mas não mostrou nada na campanha, nem no discurso VAZIO de ontem.

Uma despedida em clima de apoteose

Agência Estado

Lula foi mais Lula do que nunca no seu último dia como presidente da República, encerrado com o primeiro discurso como ex-presidente. Em São Bernardo do Campo (SP), resumiu sua sensação de dever cumprido e de ter superado "preconceitos" que, segundo ele, enfrentou ao longo de sua trajetória carreira política. "Volto para casa de cabeça erguida. Posso dizer na frente do meu povo que, depois de provar que um metalúrgico tem condições de ser presidente da República, nós elegemos uma mulher", afirmou, diante de cerca de 1,5 mil pessoas.

O ex-presidente chegou com atraso, às 22h45 de ontem, à festa preparada pelo diretório municipal do PT, com apoio da prefeitura comandada pelo petista Luiz Marinho. Antes, visitou seu ex-vice, José Alencar, no Hospital Sírio-Libanês. Lula chegou a São Bernardo acompanhado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que havia prometido ao aliado "deixá-lo em casa" e foi aplaudido pelo público.

A recepção em São Bernardo encerrou um dia repleto de cenas que marcaram os oito anos de mandato de Lula. Em Brasília, o ex-presidente misturou-se a militantes petistas, chorou várias vezes, posou em formação de time de futebol com seus seguranças, compondo um verdadeiro concentrado de seu estilo exibido nos últimos oito anos. Das primeiras horas do dia com a família no Palácio da Alvorada até acenar da janelinha da cabine do piloto do Aerolula, na Base Aérea, por volta de 17h30, Lula despediu-se do poder em todos os momentos. Até o hino do Corinthians o ex-presidente ouviu ser tocado pela banda da Aeronáutica, enquanto subia no avião que o levaria a São Paulo.

Emoções

Antes de passar a faixa para a presidente Dilma Rousseff, o agora ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conteve as lágrimas. Ao abraçar a sucessora, no gabinete do terceiro andar do Palácio do Planalto, na tarde de ontem, ele disse uma das poucas frases pronunciadas em público no seu último dia de governo. "Eu e o povo brasileiro confiamos em você", disse Lula a Dilma, com voz embargada, segundo relato de um dos auxiliares.

Dilma e o vice-presidente Michel Temer quebraram a tradição e desceram a rampa junto com Lula. Ministros do governo seguiram o ex-presidente para também prestar uma última homenagem. "Agora é que vai cair minha ficha", disse ele, brincando com ministros. Ele quebrou o protocolo, atravessou a rua e foi cumprimentar homens e mulheres que se concentravam atrás do alambrado.

Com os olhos vermelhos e paletó desabotoado, Lula enxugou as lágrimas em um lenço branco, apertou a mão de eleitores, distribuiu beijos e abraços e recebeu um troféu de um adolescente cara-pintada. Enquanto ele se jogava nos braços da multidão, Dilma dava posse ao ministério.

Família

Lula passou a manhã no Palácio da Alvorada com Marisa Letícia e os filhos Fábio, Luiz Cláudio e Sandro. Da equipe mais próxima do presidente, só o chefe da segurança, general Gonçalves Dias, e o fotógrafo da Presidência, Ricardo Stuckert, estiveram no Alvorada.

Quando José Sarney declarou Dilma presidente da República, precisamente às 14h52, Lula ainda estava na residência oficial. Ele deixou o Alvorada já como ex-presidente. Cerca de 30 turistas o esperavam do lado de fora do Alvorada. Nenhum militante apareceu com cartaz ou bandeira do PT.

Antes de Dilma chegar ao Planalto, Lula apareceu no Salão Nobre. Acompanhado de Marisa Letícia, ele saiu abraçando e beijando os convidados. "Vocês estão com cara de ministro e eu de ex-presidente", brincou, assim que passou ao lado dos futuros ministros. Alertado da chegada iminente de Dilma, Lula saiu em disparada para a rampa do Planalto.

Antes de sair de cena, nas últimas horas de seu primeiro dia como ex-presidente, Lula reafirmou que não vai sair da vida pública, no discurso feito em São Bernardo. "O fato de eu ter deixado a Presidência não significa que eu tenha deixado a política", afirmou Lula. "Eu ainda tenho muita coisa a fazer." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: A Tarde

Ex-ministros relatam emoção de Lula ao passar o cargo a Dilma e fazem balanço

Carolina Pimentel, Luana Lourenço e Kelly Oliveira, da Agência Brasil

Após se despedirem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao pé da rampa do Palácio do Planalto, os ex-ministros avaliaram os oitos anos da gestão Lula e relataram a emoção do presidente ao passar o cargo para a presidenta Dilma Rousseff.

O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim disse que o saldo do governo Lula “foi muito positivo” e que a presença de chefes de Estado à posse de Dilma demonstra reconhecimento internacional do Brasil. “A gente sempre gostaria que viessem mais, mas vieram chefes de Estado importantes. Que eu me lembre é uma das primeiras vezes que os Estados Unidos mandam um secretário-geral”, afirmou.

De acordo com ele, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, era um convidados mais emocionados durante parte da cerimônia em que Dilma cumprimentou seus pares. Perguntado se Chávez conversou com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, representante dos Estados Unidos, Amorim brincou: “O Chávez foi muito gentil e cavalheiro. Ele teria precedência [por ser presidente], mas deixou ela passar na frente dele na fila de cumprimentos”.

O ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Guilherme Cassel disse que encerra o governo satisfeito por ter contribuído com as mudanças no país comandadas por Lula. “Estou muito feliz de poder descer a rampa com o ex-presidente Lula. Ele é uma pessoa muito emotiva. [Lula] Estava muito emocionado”, disse.

A ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Márcia Lopes disse que “não haverá retrocesso com Dilma. Segundo ela, na despedida com Lula, o ex-presidente disse que irá descansar, mas que “vamos nos encontrar depois”.

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou ter deixado o governo “com senso de realização pessoal e com serenidade”.
Fonte: ATarde

Carlinhos Brown e Tatau fazem festa da virada para milhares no Farol da Barra

Meire Oliveira, do A TARDE

>> Cláudia Leitte comanda festa para 5 mil pessoas em Salvador

A música ‘Fim de Ano’ foi o tema escolhido pelo trio Carlinhos Brown, Tatau e o cantor Lincoln Sena (banda Duas Medidas) para receber 2011 no Farol da Barra. No chão, o público se abraçava, à convite de Brown, e erguia os braços a cada comando do artista. Assim, os primeiros segundos de 2011 foram saudados com chuva de champanhe no chão, bolas amarelas e brancas que desciam pela fachada do edifício Oceania e o colorido dos fogos no céu.

Na areia, a cena se repetia com o acréscimo das oferendas e rituais na esperança de garantir um ano próspero. O número de pessoas que foi ao Farol da Barra não foi divulgado oficialmente. No local, a polícia chegou a falar, informalmente, na presença de 300 a 600 mil pessoas.

Evento reuniu multidão no Farol da Barra (Foto: Raul Spinassé)

Com mesa, cadeiras e dois isopores arrastados pela areia, a telefonista Carla Pereira Silva, 33 anos, chegou ao local para armar seu ‘camarote’ exclusivo. Sobre a mesa colocou uva, romã, lentilha e a imagem de Iemanjá dentro de uma cesta enfeitada com rosas brancas.“Trouxe tudo para fazer minhas simpatias e o presente que vou entregar no mar”, disse ela, que não esqueceu da ceia com várias frutas e um salpicão, além de bebidas e proteção contra a chuva, que acabou não chegando.

Vestido com terno marrom, Brown foi o primeiro a comandar a multidão. O repertório, que começou com canções pouco agitadas, logo foi modificado. “Daqui a pouco vai esquentar”, explicou o artista. E assim foi. Lá pela metade do show, Brown deixou de lado as músicas previstas para a apresentação e passou a atender os pedidos dos fãs que gritavam os sucessos compostos para a Timbalada.

E eles seguiram comandando a festa. Crianças subiram no palco e uma mãe também foi até o espaço para tentar achar o filho de 9 anos, do qual havia se perdido. O que fez Brown descer pela multidão para pagar e fazer o reencontro entre a auxiliar instrumentista Sílvia Pereira da Silva, 40 anos, e o pequeno Ramon Lauro da Silva Ribeiro. “Fiquei desesperada quando não vi meu filho perto. Logo eu que não costumo sair com ele para festa de rua”, contou Sílvia.

Logo depois do resgate, Brown cumprimentou cada um dos integrantes da sua banda e deu o último comando da noite. “Todo mundo se abraçando agora. Vamos receber 2011 fazendo o que a gente deseja para o ano inteiro. Mesmo quem não se conhece pode abraçar e desejar coisas boas”. Assim fizeram o público, além dos músicos e baianas que deram banho de alfazema em quem estava no palco. Logo depois da queima de fogos, a animação continuou com Tatau, relembrando antigos sucessos como ‘Protesto Olodum’ que completou 22 anos, e com o axé da banda de axé Duas Medidas. “Este ano será de muitas realizações e alegrias. Desejo também muita paz e alegria”, disse Tatau.

Fonte: A Tarde

sábado, janeiro 01, 2011

.Dilma chega ao Itamaraty para coquetel e Lula vai para São Paulo; siga no blog

CÉSARE BATTISTI. A DECISÃO FINAL


Como já afirmei em um artigo anterior, eu sempre recordo que na minha juventude, dificilmente eu adentrava em uma residência, principalmente daquelas mais modestas, que não tivesse na sala um quadro do ex-presidente Getulio Vargas. Embora ele tenha governado a maior parte do tempo na condição de ditador, foi considerado o ?pai dos pobres? e idolatrado pela maior parte da população daquela época.

Apesar de toda a admiração que lhe dirigiam estes milhões de brasileiros, ele acabou deixando uma nódoa em sua história política pelo fato de ter sido aquele que entregou para a morte nos campos de concentração nazista a jovem militante comunista de origem judia, Olga Benário, companheira de Luis Carlos Prestes. O Supremo Tribunal Federal aprovou o pedido de extradição feito pelo governo nazista e como Getúlio Vargas não decretou indulto, Olga foi deportada para a Alemanha onde acabou sendo morta nos campos de extermínio. Com isso, ele acabou carregando sozinho o estigma de ter sido o responsável pela morte da militante.

Pois felizmente, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que certamente tem uma legitimidade ainda maior que a do próprio Getúlio Vargas não repetiu o erro por ele cometido. Tendo nas mãos o poder de decidir o destino de Cesare Battisti, ex-militante da organização Proletários Armados pelo Comunismo, julgado à revelia na Itália e condenado à prisão perpétua em um processo cheio de pontos obscuros, inclusive por crimes para a prática dos quais ele deveria possuir o dom da ?ubiqüidade?, Lula, seguindo a orientação da Advocacia Geral da União (AGU) cujo parecer foi contrário à extradição do refugiado italiano, tomou a decisão de não extraditá-lo.

Aos que inevitavelmente irão criticar tal decisão, devemos relembrar que, de acordo com o Artigo III, 1, f, do Tratado de Extradição firmado entre o Brasil e a Itália, ela pode ser negada nos casos em que há "razões ponderáveis para supor que a pessoa reclamada será submetida a atos de perseguição e discriminação por motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, opinião política, condição social ou pessoal; ou que sua situação possa ser agravada por um dos elementos mencionados". O mesmo artigo em sua letra b, prevê ainda a não-extradição se, na ocasião do recebimento do pedido, segundo a lei de uma das partes, houver ocorrido prescrição do crime ou da pena. Como os supostos crimes atribuidos a Battisti teriam sido praticados há mais de trinta anos, já estariam prescritos conforme previsão das leis brasileiras.

O Presidente Lula não se curvou às ameaças e pressões que lhe foram dirigidas por autoridades italianas, inclusive com a afirmação de que caso o Brasil concedesse o status de refugiado político a Battisti, o país não ficaria ?isento de consequências?. Proferiu uma decisão soberana e digna de aplauso, encerrando com chave de ouro os oito anos de seu governo.

Jorge André Irion Jobim.Advogado de Santa Maria, RS

Email:: jorgejobin@yahoo.com.br
URL:: http://jobhim.blogspot.com/

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Comentários


Cesare Battisti
Cittadino Italiano 01/01/2011 12:00

Caro Jorge Jobim Ferro André,
é um simples cidadão italiano que, como muitos dos meus connazzionali, é triste para a escolha do presidente brasileiro.
Estou triste porque o nosso povo, mesmo vivendo em outro contienente, sempre teve um grande senso de irmandade com vocês, brasileiros.
Li com atenção a sua carta e devo dizer que muitas coisas escritas estão incorretas.
Itália no final dos anos 70 viveu um período trágico para a vida social e política. Nesses anos muitas pessoas inocentes
têm sido vítimas de grupos terroristas que têm uma divida grande decreto em nosso país.
Vidas inocentes foram destruídas, como nell'1982 da estação ferroviária de Bolonha.
Agora tenho 45 anos tenho experimentado em primeira mão estes acontecimentos dolorosos.
Caro Jorge, você fala sobre a extradição concedida pelo Brasil na época do nazismo.
Eu realmente espero que você e mais ninguém Brasialiano Iltalia hoje conisderi os nazistas e os italianos?
Seu argumento parece-me fora do contexto histórico.
Você percebe que você está dizendo?
Cesare Battisti foi condenado pelos tribunais italianos regular.
Jorge garanto-vos que a Itália tem uma garantia de alta para os réus, em verdade, temos três diferentes graus de justiça.
As histórias são muito claras e não há manchas escuras no processo, como você diz Jorge.
Certamente tribunais notri não são perfeitos, como nenhum tribunal do mundo, mas menos de 4 ergasoli foram atribuídos a Cesare Battisti.

Eu gostaria que você Jorge, antes de escrever, eu falo com as vítimas dos crimes de batistas. Eles ainda estão vivos sabem, é
os parentes e vítimas, que estão agora em uma cadeira de rodas.
Pense querido Jorge para ser morto, se ele fosse seu irmão ou seu pai.
Sei que esta idéia é difícil de entender, um oceano nos separa.
Quanto à prescrição de crimes, após 30 anos, recordo-vos que o governo italiano comprometeu-se muito tempo em retornar as chamadas
terrorista Cesare Battisti, primeiro para França, também cúmplice dos Batistas e depois para o Brasil.
Batistas deve voltar para a Itália e pagar seu próprio preço para a justiça italiana.
Brasil deve cumprir com a nação italiana como nós respeitamos a nação brasileira.
Imagine o que aconteceria se o amanhã é uma assassina refúgio Brasialino n Itália.
Possimo não piada sobre estes temas.
chido Jorge concluir caro para você e todo o povo do Brasil, se você preferir para proteger um terrorista ou
manter boas relações com a Itália.
Não subestime o problema e respeitar a sensibilidade ea angústia de pololear italiano.
Uma saudação cordial

Um cidadão italiano

Desculpem a possível tradução não é perfeita tradução do Google


Decisão acertada
Valdemar 01/01/2011 13:52

O presidente Lula, seguindo orienação da Advocacia Geral da União, não repetiu o erro cometido por Vargas com a extradição de Olga Benario. A meu ver a questão de Cesare Battisti, cujos crimes atribuidos a ele foram cometidos na Italia, nos anos 70, e portanto prescritos pela lei Brasileira. E tambem no tratado de extradição firmado entre o Brasil e a Italia, preve que não pode ser extraditado aquele que sofre preseguição politica.
Entretanto eu acredito que ao Brasil não interessa os crimes de Battisti, mas se posicionar como uma nação independente e soberana, que não vai se dobrar a pressões ou intimidações feitas no grito. A italia chegou a colocar o ministro da defesa para tentar intimidar o Brasil, e o presidente da Italia proferiu impropérios contra os Brasileiros, e as Brasileiras.
É importante lembrar, que grandes conglomerados industriais da Italia tem no Brasil a maior parte de seu patrimonio investido.
O que o Italiano comum ignora também, é que o Brasil hoje tem a maior colonia de descendentes de Italianos fora da Italia, que por aqui seus ancestrais aportaram apartir de 1875, fugidos da fome, miseria,e perseguiçoes politicas, alguns por parte do imperio Austro-Hungaro, e nos anos 30 do facismo.
Se o Brasil já naquela época acolheu perseguidos politicos, sem lhes perguntar o que fizeram, por que náo vai acolher um perseguido politico Italiano, sem levar em conta os supostos crimes atribuidos a ele, que pela nossa lei já prescreveram.
Fonte: CMI Brasil

Na posse, Dilma Rousseff projeta país de classe média sólida

DE SÃO PAULO

Dilma Vana Rousseff, 63, foi empossada neste sábado a primeira mulher presidente da República do Brasil.

Num longo discurso de posse no Congresso Nacional, em que citou o escritor mineiro Guimarães Rosa (1908-1967), Dilma fez várias menções à questão de gênero, louvou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e prometeu erradicar a miséria e transformar o Brasil num país de "classe média sólida e empreendedora''.

Em discurso no parlatório, Dilma volta a destacar governo Lula
Dilma promete ampliar Prouni e 'consolidar' SUS
Dilma promete luta obstinada para erradicar pobreza extrema
Em discurso, Dilma destaca fato de ser primeira mulher presidente
Dilma defende liberdade de imprensa e diz não sentir 'ressentimento ou rancor'
Leia íntegra do discurso de posse de Dilma Rousseff no Congresso
Leia íntegra do discurso de Dilma no parlatório do Palácio do Planalto
Veja fotos da posse de Dilma

A presidente chorou no final da fala, ao falar sobre sua participação na luta armada contra a ditadura e homenagear os que "tombaram pelo caminho''. Ela fez menção à tortura ao dizer que suportou as "adversidades mais extremas" infligidas a quem "ousou" "enfrentar o arbítrio''. "Não tenho qualquer arrependimento, tampouco ressentimento ou rancor''.

Tendo na plateia ministros de Lula afastados sob acusação de envolvimento em escândalos, como José Dirceu e Erenice Guerra, Dilma prometeu ser "rígida" no combate à corrupção. "Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito."

A forte chuva em Brasília impediu o desfile em carro aberto que a presidente faria da catedral até o Congresso, mas cessou no momento em que ela subiu a rampa para receber a faixa presidencial das mãos de Lula. O público que foi à Esplanada dos Ministérios era estimado em 30 mil pessoas pela Polícia Militar.

Amanhã, Dilma comanda a primeira reunião de coordenação de governo. Sete ministros tomam posse hoje. A primeira preocupação da presidente é definir o corte nas despesas do Orçamento, estimado em estudos preliminares em pelo menos R$ 20 bilhões.


Evaristo Sá/AFP

PARLATÓRIO

No discurso que fez ao povo reunido na Praça dos Três Poderes, a presidente focou em elogiar o seu antecessor a quem chamou de "o maior líder popular que este país já teve".

Ela disse que o presidente Lula deverá contribuindo com o governo, mesmo após deixar o cargo. "Lula estará conosco. Sei que a distancia de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade", afirmou.

"Ter a honra de seu apoio, privilegio de sua convivência, aprendido com sua imensa sabedoria são coisas que se guarda para a vida toda.

Ela disse estar feliz -- "como raras vezes estive"-- e fez uma homenagem aos "companheiros que tombaram na caminhada", referindo-se à resistência política durante o período da ditadura militar (1964-1985), quando foi presa e torturada.

No parlatório do Palácio do Planalto, ela repetiu pontos do discurso feito no Congresso Nacional e disse que irá governar "para todos os brasileiros". "Cuidarei com muito carinho dos mais frágeis".

Emocionada, Dilma finalizou sua fala, dizendo que o Brasil tem condições de se tornar o "maior e o melhor país para se viver".

DESPEDIDA DE LULA

Após passar a faixa para Dilma, Lula saiu do parlatório. Depois do discurso, a presidente e o vice acompanharam o ex-presidente na descida da rampa do Planalto.

Lula ainda abraçou as pessoas que estavam próximas ao palácio. O corpo a corpo também aconteceu na Base Aérea de Brasília.

Antes de embarcar no Aerolula para São Paulo, o ex-presidente ainda ouviu uma banda tocar, entre outros, o "Tema da Vitória" e o hino do Corinthians.

FONTE; FOLHA

Assista ao discurso de Dilma Rousseff no parlatório

DE SÃO PAULO

Em seu segundo discurso como presidente, no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff afirmou que, mesmo não ocupando cargos políticos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuará contribuindo com o governo. Ao lado de Lula, Dilma elogiou o antecessor de modo mais enfático do que no primeiro discurso, na Câmara dos Deputados. Veja abaixo.

Veja Vídeo

Battisti deve passar Ano Novo na prisão, diz Ministério da Justiça

Decisão de Lula será comunicada ao STF só após publicação no Diário Oficial.
Segundo assessoria, libertação depende de posicionamento do Supremo.

Nathalia Passarinho e Robson Bonin Do G1, em Brasília


O ex-ativista de esquerda Cesare Battisti deve passar o Ano Novo na prisão apesar da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negar a extradição dele para a Itália. Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, a libertação do italiano ainda depende de um posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre os efeitos da decisão de Lula.

Parlamentares e Cesare BattistiParlamentares durante visita a Cesare Battisti no Compleoxo Penitenciário da Papuda, em Brasília, em novembro do ano passado (Foto: José Cruz/Ag. Brasil)

Para isso, o Ministério da Justiça precisa encaminhar oficialmente à corte o despacho do presidente, o que só vai ocorrer a partir da próxima segunda-feira (3), quando a decisão de Lula será publicada no Diário Oficial da União.

Depois de ser comunicado, o STF decidirá se emite um alvará de soltura a favor do italiano. Como o Judiciário está de recesso, o presidente da corte, Cesar Peluzo, poderá definir o caso de forma monocrática. Se Peluso decidir submeter o caso ao plenário do STF, a libertação de Battisti, se aprovada, ocorrerá apenas em fevereiro, quando os ministros retornam das férias.

De acordo com a assessoria, o ministério deve aguardar a manifestação do STF para executar a libertação de Battisti.

Não é unânime, no entanto, o posicionamento de que o Executivo deve aguardar uma nova manifestação do Supremo. Para o advogado de Battisti, Luís Roberto Barroso, a decisão de soltar o italiano pode ser executada imediatamente, sem que o STF reveja a questão. Segundo ele, o alvará de soltura pode ser expedido pelo próprio ministro da Justiça.

“A própria decisão do STF, por cinco votos a quatro, assegurou a prerrogativa de o presidente Lula dar a palavra final. Quatro Ministros entenderam que era uma competência política — isto é, totalmente discricionária — e o quinto — o Ministro Eros Grau — entendeu que a decisão era política, mas tinha que se basear no tratado de extradição com a Itália. Em seu voto, o ministro Eros, inclusive, mencionou o dispositivo do tratado que o presidente poderia invocar, afirmando que, nessa hipótese, sua decisão seria insuscetível de reapreciação pelo STF. Pois bem: o presidente Lula baseou sua decisão precisamente no voto do ministro Eros. Logo, não há nada a ser revisto pelo STF”, explicou o advogado.

Exprimo minha profunda amargura e desgosto em relação à decisão do presidente Lula de recusar a extradição de Cesare Battisti apesar das requisições insistentes e das solicitações em todos os níveis por parte da Itália. Trata-se de uma escolha contrária ao mais elementar senso de justiça"
Silvio Berlusconi, primeiro-ministro italiano, em nota

O ministro do Supremo Marco Aurélio Melo também afirmou que Battisti pode ser liberado imediatamente. “A prisão de Battisti foi implementada pelo Supremo para viabilizar a extradição, após a decisão da corte, que foi simplesmente declaratória, de validar o pedido de extradição do governo italiano. A partir do momento em que essa extradição foi revogada, não há mais motivo para que ele permaneça preso", disse o ministro.

Reação da Itália
O advogado do governo italiano, Nabor Bulhões, afirmou que vai recorrer no STF da decisão tomada por Lula. Para Bulhões, a soltura de Battisti ainda pode ser negada pelo Supremo.

“O caso não acaba por aqui. Posso dizer que tenho mais de duas medidas jurídicas relevantes para contestar a decisão do Executivo. A Itália vai ingressar com recurso no STF. Quem pode deliberar sobre efeitos de decisão do presidente em matéria de soltura e extradição de estrangeiro é o Judiciário, o STF”, destacou.

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou, em nota, que a decisão é contrária ao mais elementar senso de justiça". "Exprimo minha profunda amargura e desgosto em relação à decisão do presidente Lula de recusar a extradição de Cesare Battisti apesar das requisições insistentes e das solicitações em todos os níveis por parte da Itália. Trata-se de uma escolha contrária ao mais elementar senso de justiça", disse.

Reação de Battisti
Preso em uma ala especial do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, com direito a televisão e rádio, Battisti acompanhou em tempo real o anúncio da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditá-lo para a Itália.

O G1 apurou que ele não esboçou reação ao saber que ficaria no Brasil. Nenhum preso cumprimentou o italiano pela decisão de Lula. “Não houve festa. Ninguém gritou ou abraçou ele”, relatou um funcionário do presídio.

A decisão de negar a extradição do ativista de esquerda foi anunciada por volta de 10h desta sexta, pelo ministro das Relações Exteriores, chanceler Celso Amorim.

Fonte: G!

CÉSARE BATTISTI. A DECISÃO FINAL


Como já afirmei em um artigo anterior, eu sempre recordo que na minha juventude, dificilmente eu adentrava em uma residência, principalmente daquelas mais modestas, que não tivesse na sala um quadro do ex-presidente Getulio Vargas. Embora ele tenha governado a maior parte do tempo na condição de ditador, foi considerado o ?pai dos pobres? e idolatrado pela maior parte da população daquela época.

Apesar de toda a admiração que lhe dirigiam estes milhões de brasileiros, ele acabou deixando uma nódoa em sua história política pelo fato de ter sido aquele que entregou para a morte nos campos de concentração nazista a jovem militante comunista de origem judia, Olga Benário, companheira de Luis Carlos Prestes. O Supremo Tribunal Federal aprovou o pedido de extradição feito pelo governo nazista e como Getúlio Vargas não decretou indulto, Olga foi deportada para a Alemanha onde acabou sendo morta nos campos de extermínio. Com isso, ele acabou carregando sozinho o estigma de ter sido o responsável pela morte da militante.

Pois felizmente, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que certamente tem uma legitimidade ainda maior que a do próprio Getúlio Vargas não repetiu o erro por ele cometido. Tendo nas mãos o poder de decidir o destino de Cesare Battisti, ex-militante da organização Proletários Armados pelo Comunismo, julgado à revelia na Itália e condenado à prisão perpétua em um processo cheio de pontos obscuros, inclusive por crimes para a prática dos quais ele deveria possuir o dom da ?ubiqüidade?, Lula, seguindo a orientação da Advocacia Geral da União (AGU) cujo parecer foi contrário à extradição do refugiado italiano, tomou a decisão de não extraditá-lo.

Aos que inevitavelmente irão criticar tal decisão, devemos relembrar que, de acordo com o Artigo III, 1, f, do Tratado de Extradição firmado entre o Brasil e a Itália, ela pode ser negada nos casos em que há "razões ponderáveis para supor que a pessoa reclamada será submetida a atos de perseguição e discriminação por motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, opinião política, condição social ou pessoal; ou que sua situação possa ser agravada por um dos elementos mencionados". O mesmo artigo em sua letra b, prevê ainda a não-extradição se, na ocasião do recebimento do pedido, segundo a lei de uma das partes, houver ocorrido prescrição do crime ou da pena. Como os supostos crimes atribuidos a Battisti teriam sido praticados há mais de trinta anos, já estariam prescritos conforme previsão das leis brasileiras.

O Presidente Lula não se curvou às ameaças e pressões que lhe foram dirigidas por autoridades italianas, inclusive com a afirmação de que caso o Brasil concedesse o status de refugiado político a Battisti, o país não ficaria ?isento de consequências?. Proferiu uma decisão soberana e digna de aplauso, encerrando com chave de ouro os oito anos de seu governo.

Jorge André Irion Jobim.Advogado de Santa Maria, RS

Email:: jorgejobin@yahoo.com.br
URL:: http://jobhim.blogspot.com/

Fonte: CMI /Brasil >

Com novo mínimo, seguro-desemprego tem reajuste de 5,88%

Carol Rocha
do Agora

O valor do seguro-desemprego aumenta 5,88% a partir de hoje --mesmo reajuste dado ao salário mínimo, que sobe de R$ 510 para R$ 540.

Com isso, o menor valor do benefício passa de R$ 673,51 para R$ 713,12. O teto do seguro sobe de R$ 954,21 para R$ 1.010,34. A nova tabela será aplicada a trabalhadores que forem demitidos a partir deste mês, com pagamento a partir de fevereiro.

Quem já estiver recebendo o benefício não ganhará aumento, a não ser que o valor atual da parcela seja inferior ao salário mínimo que entra em vigor hoje. A resolução do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) foi publicada ontem no "Diário Oficial da União".

  • Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste sábado,

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Por trás da megalomania ou o Dr. Pangloss tropical

Carlos Chagas

Mais do que megalomania, é remorso, diria um estudante do primeiro ano de Psicologia. Uma necessidade absoluta de, autoelogiando-se, tentar inutilmente demonstrar que fez o melhor para o país e que não traiu seu eleitorado em 1994. Porque quando Fernando Henrique Cardoso firmou-se como candidato, graças ao apoio do então presidente Itamar Franco, trazia o perfil de um socialista moderado. Era alguém que daria mais alguns passos no rumo da justiça social, que governaria para o andar de baixo e para a classe média, respeitando e até ampliando os direitos trabalhistas e afirmando a soberania nacional.

Não é brincadeira: por isso ele foi votado, em contraposição a um Lula ainda tido como o lobisomem das elites e do mercado. O país queria mudanças, mas dentro da tranqüilidade, sem radicalismos.

Depois, foi o que se viu. A farsa da flexibilização, que o candidato jamais admitiu em campanha. O desmonte dos direitos sociais fixados na Constituição, a quebra dos monopólios essenciais à nacionalidade e a entrega pura e simples de nossa economia ao estrangeiro. Mais as privatizações, boa parte com dinheiro público, dos fundos de pensão, do BNDES, do Banco do Brasil e similares.

Tudo isso era o oposto do que o Brasil esperava, mas, como o andar de cima entrou em orgasmo financeiro, ampla campanha de propaganda ofuscou a perplexidade e a indignação nacional. O campeão do socialismo transmudou-se em tirano do neoliberalismo sem que seus eleitores nada pudessem fazer.

Nem se fala, hoje, do golpe sujo da reeleição comprada a dinheiro vivo, muito menos do uso da máquina pública para garantir-lhe mais um mandato.�

O resultado aí está: de forma compulsiva, FHC não perde um dia sem aparecer na mídia, buscando travestir a História e mostrar-se como quem mudou o Brasil, conforme ainda esta semana declarou num programa de televisão. Chegou a dizer, “sem falsa modéstia”, que o país era um, antes dele, passando a ser outro, depois. Nesse particular pode ter razão: outro que ele transformou em paraíso dos especuladores e inferno do trabalhador e dos assalariados de pequena renda, sem falar nos miseráveis cujo número multiplicou-se.�

Vendo as coisas mudarem nos anos Lula, ainda que nem tanto na economia, o ex-presidente passou a exaltar o que realizou de pernicioso como se tivesse sido a base do que o sucessor realizou de benéfico para a população carente. Um artifício de raciocínio digno do Pinóquio, no qual ninguém mais acredita.

Assim estamos quando o ex-presidente começa a trocar o alvo de suas invejas. Do Lula, está passando para Dilma, a quem acusou de não terminar raciocínios, não entendendo o que ela quer dizer. Deve-se, essa oclusão, a estar utilizando um tipo novo de óculos, no caso, de um dr. Pangloss dos trópicos…

MALHAR EM FERRO FRIO

Será repetir o que muitas vezes temos escrito, mas o absurdo vem desde 1988 e o Congresso, em sucessivas Legislaturas, não se animou a corrigir. A posse de presidentes da República no primeiro dia de janeiro, de quatro em quatro anos, significa uma aberração. Não dá para nenhum ser humano festejar a passagem do ano, em família ou sem família, e horas depois assistir a cerimônia de posse de um novo chefe de governo.

Não é por conta da presença ou da ausência de chefes de estado e de governo, muitos impossibilitados de pegar o avião e chegar a Brasília a tempo homenagear quem entra e quem sai. Falta, propriamente, eles não fazem, numa festa essencialmente nossa. O que salta aos olhos é a diversidade de situações. Dizem vir por aí a reforma política, mais uma oportunidade de alterar o calendário para dez dias antes ou dez dias depois do Ano Novo, já que este não pode mesmo ser mudado.

Fonte: TRibuna da Imprensa

Lula deixa a Presidência e a residência oficial, mas continua roteirista e diretor do seu próprio espetáculo. Só não consegue saber quando começa o grande show que imagina.

Helio Fernandes

Já não mais presidente, Lula que não conhece bem quem foi o general MacArthur, repete (por enquanto para ele mesmo), o que o comandante disse nas Filipinas: “Eu voltarei”. O general não queria sair, cumpriu uma ordem do comandante em chefe, o presidente Franklin Roosevelt.

Lula estabeleceu seu próprio desígnio, não vai para o triplex de São Bernardo, nem pretende andar nas ruas, “eu sou povo”, não é mais. O Lula que sai do Poder agora, só tem um objetivo, que é voltar, não sabe como, quando ou em que prazo. Mas seu futuro é no Poder, sobre isso nenhuma dúvida.

O Lula sindicalista pode ter sido o início de tudo, mas está muito longe dos seus planos e projetos. Só lembra e afirma o passado, quando pode tirar efeito positivo dessa lembrança. No mais, nenhum interesse de Lula no trabalho pelo qual se lançou.

E toda a trajetória de Lula, fracasso em cima de fracasso, desde que se candidatou a governador de São Paulo e tirou quarto lugar com 4 candidatos, já completamente esquecida. Depois, a tentativa de ser presidente em 1989, 1994 e 1998, não está mais entre as suas recordações.

Na primeira candidatura, quase se elege presidente, foi para o segundo turno, não ganhou mas mudou (sem querer ou perceber) a História do Brasil. Ganhou de Brizola por meio por cento, nunca vi ninguém tão decepcionado quanto Brizola nessa oportunidade. Se fosse para o segundo turno, não perderia nem para Collor nem para ninguém.

Perdeu mais facilmente no segundo turno, passou a trabalhar intensamente para 1994, e na verdade era o favorito. De tal maneira, que reduziram “o mandato dele” (era assim que chamavam) de 5 para 4 anos. Só que não ganhou; Como não ganharia em 1998, passando a ser o único cidadão do mundo ocidental a disputar e perder uma eleição presidencial, três vezes seguidas.

(Mitterrand e Salvador Allende disputaram três vezes, mas não seguidas. O francês em 1958, 1974, ganharia em 1981. No Chile, Allende perderia em 1958 e 1962, ganharia em 1970).

Lula ganharia em 2002, foi a insistência de um homem que pretendia ser presidente, nada mais do que isso. Não cumpriu nenhum compromisso, se isolou completamente, a grande necessidade que não poderia deixar de concretizar, mas deixou: manteve as DOAÇÕES criminosas de FHC, nem DESPRIVATIZOU, nem mesmo criou uma CPI para CONDENAR toda a COMISSÃO DE DESESTATIZAÇÃO.

De 2003 a 2007, nenhuma obra de vulto, nada de envergadura, cumpriu os 4 anos burocraticamente. Era um presidente eleito, seria reeeleito, mas não dera o grande salto da própria imaginação. Só se deu conta do que PODERIA ALMEJAR, contraditoriamente, quando esteve pertíssimo de ser o segundo presidente a sofrer o impeachment.

Assustado mesmo, a repercussão do mensalão deixou-o completamente perdido, angustiado, desesperado. Se a oposição não fosse composta de Serras e Alckmins, teria ido para o espaço. Assistiu apavorado, as 7 horas do discurso de Roberto Jefferson;

Viu tudo pela televisão. Quando o deputado do PTB, eloquente, suicida mas empolgante, afirmou “contei tudo ao presidente Lula, não tomou providências porque não quis”, ele faria como Nixon: renunciaria para não sofrer o impeachment.

O tempo passou, nada lhe aconteceu, houve o processo de “Ali Babá e os 40 do mensalão”, e nem chegaram perto dele. Lula se convenceu de que era poderoso mesmo, que tinha dimensão maior do que a de um simples presidente. Passou a dominar de maneira inteiramente nova, agiu de forma divina e acima de qualquer julgamento dos homens. Vejam o final de 2007 e início de 2008, o comportamento de Lula é inacreditável.

Tentou de todas as maneiras o terceiro MANDATO, com a PRORROGAÇÃO GERAL até 2012, quando se iniciaria a verdadeira ERA LULA. Não mais um mandato, a D-I-V-I-N-I-Z-A-Ç-Ã-O. Não conseguiu, eram muitos os obstáculos, mas começou a trabalhar a candidatura Dilma para 2010, ao mesmo tempo em que se projetava, não mais como um sucessor, e sim um precursor.

***

PS – O capitão Amilcar Dutra de Menezes, primeiro diretor do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) do Estado Novo, gostava muito de repetir: “O futuro a Deus pertence”.

PS2 – Lula sabe disso, só que ele é o próprio Deus. Falta ser ungido, sagrado e sacramentado. O que acontecerá no momento que escolherá. Dona Dilma terá percebido?

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