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quarta-feira, janeiro 13, 2016

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Quem nunca comeu melado quando

come se lambuza!


 Crônica,

 O Estado de S. Paulo

Roberto DaMatta

13 Janeiro 2016 | 02h 00 - Atualizado: 13 Janeiro 2016 | 02h 00 



Eis uma pérola da sabedoria tradicional, ressuscitada pelo inconsciente do ministro-

chefe da Casa Civil, o lulopetista Jaques Wagner, numa entrevista concedida à Folha de

S. Paulo, no dia 3 deste tenebroso janeiro de 2016. Ao lado da entrevista da presidente,

no dia 7, ela dá uma medida clara da nossa lambuzagem.

A suprema mandatária do nação – num misto de meditação e descoberta psicológica –

admite que “errar é humano!”. Diante do tamanho do axioma, toda incompetência e má-

fé, além dos pixulecos cometidos nesses 14 anos de governo do PT, podem ser

esquecidas. “Não há coelhos na cartola”, reitera Dilma, repetindo Jaques Wagner, o hoje

lambuzado compositor-chefe da Casa Civil.

Estamos vivendo um clima de magia. O Brasil deixa de ser o “jambon” de Lima

Barreto, para virar o mel de engenho sorvido à indigestão, pelos gerentes gatunos do

lulopetismo em todo lugar. Esses passes de mágica, contudo, não aliviam. Pelo

contrário, dão a toda pessoa responsável uma enorme e nada poética vontade de se

matar. Coelhos e lambuzados são hoje, vejam o tamanho da desonra!, os emblemas de

um Brasil que se suicida.

Como um estruturalista canhestro, embora pioneiro, não posso deixar de observar que o

ditado invocado por Jaques Wagner desvenda os tabus de um governo manifestamente

desenhado para o povo, mas que, em latência, se lambuzou, como jamais se viu na

história do capitalismo, no melado do poder tal como o poder é vivido no Brasil.

Quando um escolado político menciona num entrevista que “Quem nunca comeu

melado, quando come, se lambuza”, usando o ditado como uma metáfora para ocultar o

comportamento injurioso do governo, ele, sem querer, entrega o inconsciente do

lulopetismo.

Cabe a indagação: como um comentário tão politicamente (in)correto, saiu de um

petista tão consciente da sua (in)correção? Eis uma entrevista digna de um Pedro

Malasartes – esse padrinho de todos os macunaímas e malandros nacionais, hoje

promovidos a canalhas.

Além de ser uma verdade, a invocação do ministro revela – no momento em que

escrevo, leio que J. Wagner está envolvido em mais uma familiar troca de pixulecos –

um preconceito aristocrático. Ela diz que quem está fora de sincronia com sua posição

social se lambuza. Acaba, como afirma o ministro, reproduzindo “metodologias” fora de

lugar.

Comer melado, lambuzando-se, tem, no nosso vasto almanaque de preconceitos

reveladores de um viés hierárquico, o claríssimo: “X ou Y – Você leitor, define o sujeito

– quando não faz na entrada, faz na saída!”.

Os ditados bradam por um limite social para quem pode estar no poder. Com os que

tudo sabem e tendo o direito de comer mais do que podem, dão um passo maior que as

pernas e se lambuzam. Na sua folclórica defesa, o ministro admite que o PT assim

procedeu e hoje paga o preço por esse descuido depois de 14 anos de poder!

Uma fome insaciável de mel confirma a falta de modos à mesa. Em política, essa fome

insaciável denuncia os que têm “um olho maior do que a barriga” típico dos

corrompidos. Num caso, querem todo o melado; no outro, quase (espero!) compraram a

República.

Lambuzar-se no mel do poder (ou do poder comido como mel) é (e eu tenho afirmado

isso faz tempo) uma manifestação do governar à brasileira. O besuntar-se mostra como

o poder é usado, abusado e possuído por um grupo que – como “governo” – dele se

utiliza como bem entende, familisticamente. Raymundo Faoro acertou na mosca ao falar

em “donos do poder”. Entre nós, o poder, como o mel descrito e analisado por Lévi-

Strauss nas suas Mitológicas, é um poderoso adoçante associado ao mundo

sobrenatural.

Os méis ricos em levulose de certas abelhas, “possuem” – observa Lévi-Strauss no seu

livro Do Mel às Cinzas – sabores tão marcantes que se tornam quase intoleráveis. Um

gozo mais delicioso do que qualquer um daqueles proporcionados habitualmente pelo

paladar e pelo odor perturba os liminares da sensibilidade e confunde seus registros. Já

não sabemos mais – como redescobre o nosso Wagner, o “compositor” – se degustamos

ou se ardemos de amor. Mas, como contraponto, há também méis alcalinos, que são

laxantes e perigosos! Produzidos por abelhas “feiticeiras” ou “vamo-nos embora”. Eis

uma minúscula amostra da sabedoria de um especialista em olhar distanciado a elucidar

o olhar próximo, possessivo e ávido do ministro, que admite como o seu partido queria

extrair toda a doçura do poder, mas, infelizmente, lambuzou-se.

A metáfora revela-se muito mais correta do que imagina a nossa vã ignorância. O mel

de pau, a ser procurado na floresta, e o melado de cana, produzido por braço escravo

nos engenhos baianos, são tão gostosos que sobrepujam o comedimento, o pudor e a

honestidade. Doces e sedutores, eles, porém, melam e grudam, denunciando a

sofreguidão dos seus comedores.

Não é, pois, por acaso que o mel natural dos ameríndios tem laços com o jaguar e com o

fogo civilizatório da cozinha que lhe pertencia. Já em outros mitos, seu paladar

extraordinário delata uma insaciedade a ser punida, porque ultrapassa os limites da

decência.

O mel, como o poder, pune o lambuzado, conforme confirma o ministro lulopetista, que

hoje entra, como mais um papa-mel, na mira das procuradorias republicanas.





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