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sexta-feira, dezembro 24, 2010

Jornais: em despedida, Lula infla dados do governo

FOLHA DE S.PAULO

Em despedida, Lula infla dados do governo na TV
No seu último e mais longo pronunciamento em rede nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se despediu dos brasileiros elencando uma série de dados inflados sobre a sua gestão. O discurso, de 11 minutos, foi ao ar ontem às 20h. Nele, o petista afirma que o salário mínimo no seu governo teve ganho real de 67%, cifra mais modesta do que os 74% citados pela presidente eleita Dilma Rousseff durante a campanha para o Planalto, mas também enganosa. De 2003 a 2010, o mínimo teve oito reajustes, que ao todo chegaram a 53,5% acima da inflação acumulada. Na campanha de 2002, Lula havia prometido duplicar o poder de compra do mínimo em quatro anos.

Ao falar sobre educação, o presidente também citou dados distorcidos sobre o Orçamento, afirmando que o gasto na área triplicou. Para chegar a esse resultado, o presidente ignorou a inflação acumulada no período. O presidente também repetiu discurso propalado pelo Ministério da Educação segundo o qual foram criadas 14 universidades federais em seu governo. Dessas, apenas cinco são de fato novas. As demais são resultado de ampliação, fusão ou desmembramento de instituições de ensino que já existiam.

Ao falar sobre pobreza, o presidente disse ter promovido "a maior ascensão social de todos os tempos". Não há estatísticas que compreendam períodos mais remotos, mas estudo de Sonia Rocha publicado em 2000 pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) calculou que a proporção de pobres na década de 1970 caiu praticamente à metade, de 68,3% para 35,3%. Com outra metodologia, o pesquisador Marcelo Néri, da FGV, estimou a queda da participação das classes D e E na população de 55% em 2003 para 39% em 2009.

Presidente compara mensalão a caso Escola Base
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou o escândalo do mensalão, responsável pela maior crise de seus oito anos de governo, ao caso Escola Base, quando, na década de 90, donos de uma escola paulista foram acusados injustamente de abuso sexual contra crianças. Em entrevista ao site do produtor Celso Athayde, Lula sugeriu inocência dos acusados. O Supremo Tribunal Federal aceitou denúncia contra 40 réus acusados de envolvimento no escândalo.

"Comparo também com o caso da Escola Base, em que os donos foram acusados de molestar sexualmente as crianças. Eram absolutamente inocentes, mas começaram a ser bombardeados e a ser conhecidos como "os monstros da Escola Base"." O presidente questionou o fato de que o processo contra os acusados continuou mesmo sem apresentação de provas pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ).

"O que mais me intriga é que o deputado que fez a acusação [do mensalão] foi cassado porque não apresentou prova. Mesmo assim, o processo contra os acusados continuou", disse. Na noite de quarta, no último jantar com seus ministros e ex-ministros, Lula pediu que os aliados não "subestimem" a oposição.

Alencar melhora, mas continua na UTI
No "momento mais difícil" de sua luta contra o câncer, o vice-presidente, José Alencar, 79, apresentou melhora em seu quadro de hemorragia digestiva grave. Segundo boletim divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês, houve "redução importante do sangramento".

No entanto ele permanece na UTI para continuar o tratamento médico. Embora controlada, a hemorragia interna não havia sido completamente estancada. Internado às pressas em São Paulo na quarta-feira, Alencar recebeu ontem a visita de seu filho Josué, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente eleita, Dilma Rousseff e do ex-ministro José Graziano da Silva. Para eles, segundo a assessoria da Presidência, Alencar afirmou que espera estar na posse de Dilma e torce para que os médicos o liberem para "tomar um golinho". A presidente eleita respondeu: "Estou te esperando lá".

Alencar aproveitou a visita de Dilma para elogiar o ministério escolhido pela presidente eleita. Em particular, disse ter gostado das nomeações de Guido Mantega para a Fazenda e de Alexandre Tombini para o Banco Central no novo governo. Bem-humorado, apesar do quadro clínico complicado, Alencar encerrou a conversa com Dilma dizendo que "ainda vai dançar um xaxado", sempre segundo o relato da Presidência.

Governador de PE lidera ranking; lanterna é do DF
Reeleito com o maior percentual de votos válidos (82,84%) nas eleições, o pernambucano Eduardo Campos (PSB) é o governador mais bem avaliado do país, aponta pesquisa Datafolha realizada em oito Estados e no Distrito Federal. Segundo o instituto, a nota média atribuída a Campos foi 8,4. É a maior nota obtida por ele desde novembro de 2007. Na rodada anterior, em julho, ele marcou 7,7. O pernambucano também alcançou a maior taxa de aprovação (ótimo e bom), com 80%. Em julho, esse índice era de 62%.

O ranking usa como critério a nota média do governador em escala de zero a dez. O critério de desempate é o índice de popularidade, que avalia percentuais de aprovação e reprovação. Em segundo lugar na lista aparece outro governador reeleito, no primeiro turno, pelo PSB, o cearense Cid Gomes. Ele conquistou 61,27% dos votos nas eleições. Gomes teve nota média de 7,6 e aprovação de 65%. O terceiro colocado é o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), também reeleito. Ele teve nota 7,3 e aprovação de 60% dos baianos.

Sucessor de Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais, o tucano Antonio Anastasia inicia novo mandato com nota 7,1 – era 6,2. Sérgio Cabral (PMDB), no Rio de Janeiro, teve nota 6,8. Antes de iniciar a campanha para renovar o mandato, marcava 6,3. A pesquisa foi feita de 17 a 19 de novembro, com 11.281 eleitores, em 421 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Investigado, Anchieta Jr. emprega filho de delegado da PF
Responsável pelas investigações dos supostos crimes eleitorais cometidos pela campanha do governador reeleito José de Anchieta Jr. (PSDB), o superintendente da Polícia Federal em Roraima, Herbert Gasparini, tem um filho em cargo de confiança em órgão do governo. Marcos Eduardo Gasparini de Magalhães, ainda estudante de direito, foi nomeado em março deste ano chefe da seção de análise de benefícios do Iper (Instituto de Previdência de Roraima).

Segundo o governo, pelo cargo comissionado o estudante recebe cerca de R$ 800. Para assumi-lo, de acordo com o governo, não é preciso concurso nem formação acadêmica, e sim "capacidade" de trabalho. Marcos Eduardo, também de acordo com o governo, já pediu sua exoneração, pois irá se mudar de Boa Vista. Procurado, o superintendente preferiu não se pronunciar. A assessoria da PF no Estado, no entanto, disse que o estudante conseguiu a indicação por mérito próprio, e não com sua ajuda.

Governo nega favorecimento em nomeação
Procurados, Herbert Gasparini e Alexandre Ramagem não se pronunciaram. O governo de Roraima, por meio de sua assessoria, disse não haver qualquer ligação entre eles e a gestão de José de Anchieta Jr. (PSDB). A Folha encaminhou e-mails com perguntas para os dois delegados da Polícia Federal, dentre elas se a nomeação do filho de Gasparini e o erro do Estado em favor da mulher de Ramagem poderiam configurar conflito de interesses, visto que eles têm a função de fiscalizar os supostos crimes eleitorais do governador Anchieta - que ele nega ter cometido.

Mas, de acordo com a chefia de gabinete dos dois, nenhum deles iria comentar as situações. Segundo a assessoria da PF em Roraima, elas tratam de aspectos das vidas particulares dos delegados. A assessoria do governo disse que a indicação do filho de Gasparini não teve nenhuma influência do governador e que "não há nexo" entre os fatos relatados pela reportagem e a atuação da PF.

Soube de dispensa por jornal, diz secretário
Mauro Ricardo Costa, 48, deixa a Secretaria da Fazenda de São Paulo exaltando números positivos. Mas com lembranças negativas sobre a forma como foi dispensado pelo futuro governador, Geraldo Alckmin. "Fiquei sabendo pela Folha. Depois recebi telefonema de Calabi [Andrea Calabi, que assumirá a pasta] e de Alckmin. Muitos outros [secretários dispensados pelo tucano] nem isso tiveram."

Com a perspectiva de encerrar o ano com um crescimento real de 35,15% da arrecadação em relação a 2006, Costa recorre à comparação do ex-governador Claudio Lembo. Mas inverte: "Lembo dizia que lhe prometeram uma Ferrari, mas recebeu um fusquinha [risos]. Vamos entregar uma Ferrari para Geraldo Alckmin". A partir de janeiro, ele assume a Secretaria das Finanças da prefeitura paulistana.

Itamaraty aconselhou EUA para facilitar volta de Sea
Telegrama do consulado dos EUA no Rio para o Departamento de Estado em 9/11/ 2009 afirma que o então conselheiro da embaixada brasileira em Washington, Alexandre Ghisleni, sugeriu que congressistas americanos evitassem "discursos inflamados" sobre o caso Sean Goldman em audiência no Congresso americano.

De acordo com o telegrama, revelado pela ONG WikiLeaks (www.wikileaks.ch), isso poderia "exercer uma influência potencialmente negativa" no julgamento do caso, que ocorreria dias depois da audiência. A Folha é um dos sete veículos de imprensa que têm acesso antecipado ao material. Em 17/12/2009 o Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinou que Sean fosse entregue ao Consulado dos EUA no Rio para retornar com o pai, David Goldman, ao país onde nasceu.

Segundo o documento do consulado americano, a sugestão do diplomata brasileiro foi feita ao então subsecretário de Estado americano para o hemisfério ocidental, Thomas Shannon. Hoje embaixador dos EUA no Brasil, Shannon pedira a Ghisleni, atualmente servindo na embaixada brasileira em Havana, que o Itamaraty ajudasse a garantir o retorno de Sean. Tanto a Embaixada dos EUA em Brasília como a assessoria de imprensa do Itamaraty informaram que não comentariam os telegramas.

Setor aéreo agora ameaça greve em janeiro
Pressionados pela Justiça e pelo governo, os pilotos e funcionários do setor aéreo suspenderam a greve marcada para ontem em todo o país. O impasse, porém, continua: a categoria agora ameaça parar em janeiro. Embora não tenha havido greve, protestos da categoria ocorreram nos aeroportos de Guarulhos, Salvador e Brasília, mas sem grandes transtornos aos passageiros.

O sindicato dos aeroviários do Rio chegou a anunciar uma paralisação à tarde de 20% da categoria, que não surtiu efeito. A média de atrasos de voos no país foi de 38% até as 19h -no mês, esse índice é de cerca de 20%. Os sindicatos suspenderam a greve após o Tribunal Superior do Trabalho determinar que 80% do efetivo trabalhasse ontem sob ameaça de multa de R$ 100 mil. Horas antes, o presidente Lula também tinha apelado para que a greve não fosse realizada na véspera do Natal.

Com medo, passageiros chegaram mais cedo aos aeroportos. "Apesar do meu voo ter atrasado uma hora, fiquei aliviada. Estava esperando atraso ainda maior", disse a jornalista Juliana Alcântara, 25, que chegou ao Galeão (RJ) três horas antes -duas a mais que o necessário- de seu voo para Porto Alegre. Uma negociação na madrugada foi determinante para suspender a greve. Por volta das 5h, o Snea (sindicato das empresas aéreas) definiu nova proposta de aumento, de 8% – a oferta anterior havia sido de 6,5%.

Venezuela aprova "educação socialista"
Em mais uma longa sessão, a Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria chavista, aprovou na madrugada de ontem nova lei de universidades que estabelece que a educação superior deve "contribuir para a construção do modelo socialista". É o mais novo item aprovado a toque de caixa pelo Parlamento. Na nova legislatura, que assume em 5 de janeiro, os apoiadores do presidente Hugo Chávez não serão mais maioria qualificada.

Em 15 dias, foram aprovadas dez leis em setores tão diversos como telecomunicações e finanças. São medidas que, em suma, aumentam o poder nas mãos de Chávez, pressa que a oposição classificou de "pacotaço de Natal". A lei aprovada na madrugada é rejeitada pelas maiores organizações estudantis e por reitores das principais universidades. Eles alegam que o texto elimina a autonomia do ensino superior garantida na Constituição.
Fonte: Congressoemfoco

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