Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

quinta-feira, agosto 26, 2010

Da arte de governar

Carlos Chagas

Nova escorregadela do presidente Lula: em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, declarou que “governar é palavra inventada por intelectuais pois a palavra correta é cuidar do povo”.

Lembra uma resposta de Nikita Kruschev quando todo-poderoso da União Soviética, em visita a Nova York. Perguntado se encontrava tempo para governar, já que viajava tanto pelo mundo, disse: “quem governa é o governo…” Não foi por acaso que meses depois estava deposto.

Quando chegou ao poder, preocupou-se o Lula com duas vertentes de ação: implantar planos de assistência social, inaugurando o fome-zero depois transformado em bolsa-família, e seguir estritamente a política econômica neoliberal de Fernando Henrique. Justiça se faça, oito anos depois persiste nas duas. Acrescentou o PAC, cooptou partidos políticos e projetou-se internacionalmente. Criou mais universidades do que os antecessores. Reelegeu-se, como parece prestes a eleger Dilma Rousseff. Se isso não é governar, melhor mudar a semântica, aliás, palavra também usada pelos intelectuais.

O que não dá para entender é essa má vontade presidencial para com a intelectualidade nacional, de resto tão pequena.

Um dia a lamentar

Ontem, 25 de agosto, um dia a lamentar em nossa crônica política. Foi quando, 49 anos atrás, Jânio Quadros renunciou à presidência da República. Tanto pelo gesto tresloucado, de desrespeito à maioria do eleitorado que o levara ao palácio do Planalto, quanto pelos objetivos nele encobertos. O projeto envolvia a protelação da renúncia pelo Congresso, pois era uma sexta-feira, como sempre vazia de deputados e senadores. No fim de semana, Jânio imaginava, o povo sairia às ruas exigindo o seu retorno e os militares completariam o golpe, impedindo a posse do vice-presidente João Goulart, então em viagem pela China Comunista. Janio voltaria como ditador, dotado de poderes especiais e com o Legislativo posto em recesso.

Deu tudo errado. Câmara e Senado tinham número não para apreciar, mas apenas para tomar conhecimento de um ato unilateral que o péssimo advogado não lembrou produzir efeito imediatamente oficializado. O presidente da Câmara foi empossado naquela noite. O povo não saiu às ruas, no fim de semana, e os ministros militares não conseguiram impedir a posse de Jango. O já ex-presidente saiu pela porta dos fundos, para entrar na História.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Em destaque

Já temos motivos em dobro para temer turbulências climáticas assustadoras

Publicado em 28 de março de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Turbulências se intensificam mais rapidamente nos T...

Mais visitadas