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sexta-feira, maio 28, 2010

Coisas da democracia

Carlos Chagas

Cresce a irritação do presidente Lula com o Congresso, que, como em todo ano eleitoral, abre o saco de bondades que o governo gostaria de ver fechado. Sucedem-se os aumentos e reajustes concedidos a diversas categorias de funcionários públicos, a aposentados e pensionistas. A equipe econômica avisa não haver dinheiro, mas deputados e senadores não querem nem saber. Jogam a própria sobrevivência política nas benesses aprovadas ao tempo em que o funcionalismo sente-se estimulado a promover greves e, obtendo sucesso, estimula setores terceirizados e da atividade privada a seguirem no mesmo caminho.

Fazer o quê? Aqui e ali o presidente sente-se inclinado a vetar bondades que julga exageradas, ou incompatíveis com o tesouro, mas sabe muito bem da importância de agradar a maioria da população, por conta das eleições. Utilizar a tesoura como regra poderá tornar-se prejudicial à candidatura de Dilma Rousseff e ao PT. A grande mídia aproveita para mais uma vez acoplar-se ao sentimento das elites, condenando o governo pelos gastos supérfluos e também pelos necessários e justos.

Trata-se de um beco sem saída, capaz de abalar a popularidade do Lula e de tornar muito mais complicada a missão de quem vier a sucedê-lo no palácio do Planalto. São coisas da democracia, mas a ninguém será dado defender a volta ao autoritarismo, que por motivos diversos também cedia às injunções do populismo.

Férias extemporâneas

A boa vontade do país inteiro para com o ex-governador Aécio Neves faz omitir um viés de censura que nem os tucanos ousam tornar pública: para que tirou vinte dias de férias e mandou-se para a Europa, quando mais aguda se torna a disputa sucessória? Não poderia adiar o ócio para depois das eleições de outubro, qualquer que venha a ser o seu resultado?

Muita gente supõe ter havido sutil manobra política no afastamento de Aécio do meio da fogueira: saiu um para retornar outro, quer dizer, viajou candidato ao Senado e volta candidato à vice-presidência? Ou afastou-se para deixar claro que não cederá aos apelos para tornar-se companheiro de chapa de José Serra?

Com o que o neto do dr. Tancredo não contava era com o crescimento de Dilma Rousseff nas pesquisas, engrossando o raciocínio de que caberá a ele interromper as esperanças da candidata, acoplando Minas à estratégia tucana, ou, por outro lado, entregando o candidato do PSDB à própria sorte?

De qualquer forma, tirar férias não terá sido, propriamente, uma saída ortodoxa.

Agora, o outro lado

Devem, os três principais candidatos à sucessão presidencial, preparar-se para o reverso da medalha. Nos próximos dias precisarão atender convite das centrais sindicais para a exposição de seus planos e programas, com ênfase para os direitos trabalhistas e as necessidades sociais da massa operária e assalariada. Satisfizeram exigências e anseios das elites empresariais, na CNI, precisando agora fazer o mesmo do outro lado.

Nem Dilma, nem Serra, nem Marina, dispõem-se a promessas demagógicas, mas, em contrapartida, precisarão definir-se sobre o trabalho, em confronto com o capital. Que propostas trazem para reduzir ainda mais a miséria e a pobreza? Continuarão a estratégia assistencialista dos últimos oito anos ou darão um passo à frente na realização da justiça social? Flexibilizar será um verbo retirado do fundo do baú, com conotação diversa daquela aplicada no governo Fernando Henrique?

Devem preparar-se os candidatos. Aliás, já estão empenhados na preparação.

Publicidade e propaganda

Volta e meia realizam-se congressos e seminários destinados a reforçar um dos setores que mais cresceram nas últimas décadas, da publicidade e da propaganda. O desenvolvimento dessa atividade levou o Brasil a patamar incomum que só enobrece os profissionais a ela dedicados.

Feito o elogio, agora a crítica: não seria hora de pararem com a prática hoje generalizada de oferecerem produtos por preços enganosos? O que significa comprar um carro anunciado por 29.999,00 reais, senão que o freguês estará pagando 30.000,00? A quem pensam iludir? O exemplo vale para tudo, de geladeiras a aparelhos de televisão, de sabonetes a apartamentos.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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