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sábado, dezembro 15, 2007

Transposição: Exército cumpre liminar do TRF e pára obras

SALVADOR - Quatro dias depois de o Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília (DF) expedir uma liminar determinando a paralisação das obras da transposição do Rio São Francisco, os canteiros, nos municípios de Cabrobó e Floresta, em Pernambuco, amanheceram, enfim, sem os militares que tocam as obras iniciais do projeto.
Segundo informações de alguns membros da infantaria que trabalham no local - e que são impedidos de se identificar -, a liminar chegou apenas no fim da tarde de quinta-feira, o que justificaria o atraso entre a determinação do Judiciário e a paralisação das obras de fato.
Segundo informações da Articulação São Francisco Vivo, o ofício chegou apenas depois que o Ministério Público Federal (MPF), requerente da paralisação das obras, o enviou aos militares - o governo federal não teria enviado o documento.
Em greve de fome há 17 dias, completados ontem, em protesto contra o projeto, o bispo de Barra (BA), d. Luiz Flávio Cappio não chegou a comemorar a novidade e decidiu manter o jejum. "Até que o Estado se pronuncie oficialmente sobre o caso, até que as tropas sejam definitivamente retiradas, nada muda no meu protesto", afirma.
Em conversa com o bispo de Propriá (SE), que o visitou ontem, d. Cappio voltou a manifestar sua preocupação com o fato de as obras estarem sendo tocadas pelo Exército. "É uma atitude que agride a democracia, ao usar a força das tropas para intimidar as pessoas", acredita.
Informações recebidas pela Articulação São Francisco Vivo dão conta que a maioria dos integrantes das tropas continuam alocados nas proximidades dos canteiros de obras, apesar de alguns integrantes terem deixado o local. O governo ainda não entrou com recurso contra a liminar do TRF.
Solidariedade
Ontem, d.Cappio recebeu a solidariedade de 15 pessoas, a maioria ligada à igreja, que também fizeram jejum ontem. Entre elas, os três irmãos e dois cunhados do bispo, que desde o início do protesto acompanham o religioso em Sobradinho (BA), 554 quilômetros a Noroeste de Salvador (BA).
A manifestação de apoio repetiu o ritual da sexta-feira passada, quando 25 pessoas passaram 24 horas sem comer em apoio a Cappio. O apoio da família demonstrou que os irmãos do religioso não têm intenção de negociar o fim da greve de fome com o bispo.
"Nosso papel, aqui, é apoiá-lo em seus propósitos até o fim", afirma o aposentado João Franco Cappio, de 71 anos. "Se for necessário, nós mesmos o colocaremos em um caixão e levaremos à cidade de Barra, onde ele quer ser enterrado".
De acordo com ele, a idéia da família é passar as festas de fim de ano com ele no local, se for preciso. Para hoje, está previsto o início de uma vigília em apoio ao bispo e contra a transposição, sem previsão de encerramento, na Praça da Sé, na capital baiana.
O movimento, capitaneado pelo Fórum Permanente de Defesa do Rio São Francisco na Bahia, pretende atrair movimentos sociais diversos em solidariedade ao protesto de d.Cappio. Ontem foi um dia marcado pelo fim das invasões às sedes da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), em Guanambi (BA), 798 quilômetros a Sudoeste de Salvador, e Irecê (BA), 473 quilômetros a Oeste da capital baiana.
O movimento, pacífico, foi iniciado na manhã de quinta-feira e reuniu cerca de 200 manifestantes nas duas frentes, a maioria integrantes de movimentos sociais. Em Irecê, uma caminhada dos manifestantes pela cidade marcou o fim da ocupação. Segundo os organizadores, 50 invasores jejuaram durante o ato de apoio ao bispo.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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