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terça-feira, dezembro 25, 2007

Número de mortes nas estradas é seis vezes maior do que em 2006

Segundo a PRF, entre sexta e domingo, foram 100 ocorrências com 18 mortos


Flávio Costa
O feriado natalino ainda não chegou ao fim, mas o número de mortos em acidentes nas estradas federais já é seis vezes maior em relação ao mesmo período do ano passado. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dão conta que, entre sexta-feira e domingo, foram registradas cem ocorrências com 78 feridos e 18 mortos. Os números referentes ao quarto dia da Operação Natal de 2006 são 80 acidentes (20% a menos), 52 feridos e três mortos.
A assessoria de comunicação da PRF atribui o crescimento das fatalidades ao aumento do número de carros nas rodovias associado à imprudência dos motoristas. O acidente de anteontem na BR-020, na altura do município de São Desidério (oeste, a 869 quilômetros de Salvador) colaborou sobremaneira para a estatística negativa. Na manhã de domingo, a colisão frontal entre um ônibus da Josatur Turismo e uma carreta Volvo causou a morte de nove pessoas e teve mais de 40 feridos. A causa seria a ultrapassagem indevida feita pelo motorista do ônibus.
A Josatur Viagem e Turismo foi autuada pelo menos quatro vezes, apenas no mês passado, pela Superintendência Regional da Polícia Rodoviária Federal (PRF/BA) por transporte irregular. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deverá abrir um processo administrativo contra a empresa, que poderá ter sua licença de funcionamento suspensa.
Clandestinidade - O presidente da Comissão Nacional de Fiscalização do Transportes de Passageiros da PRF, inspetor Ruvenal Farias, informou que o ônibus da viação, de placa BTS-2905, tinha autorização para levar 19 passageiros da cidade de Pedro II (PI) para São Paulo, a título de viagem turística. Mas voltava da capital paulista com 54 pessoas em direção ao município de Campo Maior (PI), com autorização dada a um outro veículo, que teria problemas mecânicos. “Este é um subterfúgio muito usado por estas empresas para burlar a fiscalização. A Josatur estava, de fato, fazendo uma linha interestadual sem permissão para isso”.
O município de São Desidério é uma rota de fuga usada pelas empresas que fazem o transporte clandestino, entre as cidades nordestinas e o Sul do país. “Nós implementamos um policiamento ostensivo nas rodovias que inibiu muito esta prática, mas ainda assim não conseguimos acabá-la por completo”, declara Farias. Ainda de acordo com ele, mais de 1,1 mil veículos clandestinos foram autuados este ano.
Até às 14h de ontem, apenas cinco das nove vítimas do acidente tinham sido identificadas pela delegacia da PRF, em Barreiras: as passageiras, Maria Francisca Sampaio e Simone Costa Marques Fernandes; os motoristas Francisco das Chagas Cruz, que dirigia o ônibus, Luiz Edilson do Nascimento (reserva do ônibus) e Lindomar Alves de Oliveira, que estava ao volante da carreta. Faltava ainda identificar quatro corpos, sendo três de crianças, duas delas de colo. Foi feito um boletim de ocorrência e os documentos dos veículos encaminhados para a Polícia Civil do município, que irá fazer a perícia e apurar os possíveis crimes de responsabilidade.
Por telefone, a médica Aíla Araújo informou que o irmão, José Sampaio Araújo Filho, dono da Josatur, está na região do acidente dando “suporte” às vítimas. Ela negou que a empresa fosse clandestina. “Nós temos autorização da ANTT. Realizamos viagens de turismo para todos os estados brasileiros”. A médica declarou que somente o irmão, que costuma acompanhar parte das viagens, poderia prestar mais informações, mas estava “incomunicável”. No site da empresa <www.josaturturismo.com.br> lê-se: “Josatur Turismo há 12 anos trabalhando para melhor lhe atender, com ônibus de aluguel de última geração, trazendo segurança, conforto pontualidade em seus serviços, levando você para todo o Brasil”.
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Disputa por passageiros
Nem só de viagens interestaduais vive o transporte clandestino na Bahia. Sem fiscalização, motoristas que transportam irregularmente entre municípios baianos disputaram passageiros livremente nos principais pontos de saída da cidade. Ontem pela manhã, a poucos metros da Brasilgás estavam duas viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF/BA) que não incomodaram os clandestinos.
De acordo com a assessoria da corporação, a fiscalização do transporte irregular intermunicipal é de responsabilidade da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba). Portanto, sem a presença dos prepostos da Agerba, os policiais rodoviários federais não podem agir contra os clandestinos. “Nossa estratégia em relação a esta prática vai ter uma nova orientação”, declarou o coordenador da Agerba na Rodoviária, Inaê Maciel.
Se a presença da PRF/BA não incomoda, a da imprensa sim. “Por que vocês não vão tirar fotos de vagabundo, de ladrão. A gente aqui é tudo trabalhador”, disse um dos clandestinos, que não se identificou ante à aproximação da reportagem. Com carros de todos os tipos estacionados em locais um pouco afastados do ponto Brasilgás, eles abordam sem cerimônia todos que chegam. “Vai para Cachoeira, parceiro?”.
O pizzaiolo Luís Santana, 30 anos, foi um dos fisgados. Por R$15, um motorista clandestino o levou, juntamente com dois filhos e a mulher, num Fiat Uno à cidade de Alagoinhas, a 107 quilômetros da capital. “É como pegar um táxi. Apesar de ser mais inseguro de que ir de ônibus eu vou poder parar no local que eu quero e não na rodoviária da cidade”.
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Índice cai em Salvador
Mariana Rios
Salvador deve encerrar 2007, com uma redução de 16% no número de vítimas fatais no trânsito. Foram registrados em média 3,73 óbitos por 10 mil veículos – 41% abaixo da média nacional. Até o final do ano, a capital baiana terá menos vítimas fatais no trânsito do que o Rio de Janeiro, Teresina, Belém, João Pessoa, Rio Branco, São Luís, Fortaleza, Manaus, Porto Velho e Brasília.
Até o início do mês, a Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET) contabilizou 25,5 mil acidentes, com 6,4 mil feridos e 232 mortos. Em 2006, 267 pessoas foram mortas no trânsito da capital. Para que o fim de ano seja de menos violência nas ruas, uma campanha de tolerância no trânsito é incentivada pela SET.
Ruas confusas, muitos pedestres, pressa e calor são ingredientes que se reúnem neste período do ano. Além disso, as festas e ensaios de Verão estimulam o consumo de bebidas alcoólicas. “Pedimos cautela e mais prudência. É nesta época do ano que costumam ocorrer acidentes com mais gravidade por conta da combinação destes fatores”, explicou o coordenador de estatísticas da SET, Ivo Nascimento.
Sábado e domingo são dias nos quais o número de acidentes com feridos e mortos é bem maior que no restante da semana. Com os feriadões de Natal e Réveillon, o cuidado deve ser redobrado. Em 2006, 39% dos acidentes com feridos aconteceram nos fins de semana, assim como 43% daqueles que envolveram vítimas fatais.
As dicas para evitar conflito e atrito nas ruas são simples. Os pedestres devem, por exemplo, atravessar as vias na faixa, utilizar as passarelas nas avenidas mais movimentadas e ter paciência nas travessias – aguardando o melhor momento. Apenas este ano, 122 pedestres foram atropelados e mortos. Já os condutores, devem reduzir a velocidade em vias de grande movimento de transeuntes, observando e dando prioridade a idosos, gestantes e pessoas com dificuldade de locomoção nas travessias.
“O trânsito é problema da SET e de toda a sociedade. Conseguimos uma evolução. Em 1995, foram 550 vítimas fatais, com 19 mortos por grupo de 10 mil veículos, mas é necessário que as pessoas observem a legislação e busquem conviver em harmonia”, pontuou Nascimento, que destacou a realização de ações integradas de fiscalização eletrônica e humana, além de intervenções no sistema viário, aliado ao trabalho de cerca de 600 agentes de trânsito como os responsáveis pelos bons números.
Fonte: Correio da Bahia

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