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sexta-feira, dezembro 14, 2007

CNBB convoca jejum em apoio a dom Luiz Cappio

Entidade diz que governo democrático deve permitir acesso às decisões e acatar a Justiça


BRASÍLIA - Após ter ouvido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que as obras de transposição do Rio São Francisco não serão paralisadas por conta da greve de fome de dom Luiz Flávio Cappio, o comando da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou ontem nota na qual convoca todos os cristãos a se “unirem em jejum e oração” ao bispo de Barra (BA). “Convidamos as comunidades cristãs e pessoas de boa vontade a se unirem em jejum e oração a dom Luiz Cappio, por sua vida, sua saúde e em solidariedade à causa por ele defendida”, afirma a CNBB, em nota.
A entidade que representa a Igreja Católica disse que o “governo democrático” tem que ter a “responsabilidade” de permitir o acesso da sociedade às decisões e de “acatar” as decisões da Justiça. Anteontem, em encontro no Planalto, Lula disse aos bispos que não irá paralisar a obra por conta do protesto e que cabe à própria Igreja buscar uma solução ao fim do jejum. “O governo democrático tem a responsabilidade de interpretar as aspirações da sociedade civil, em vista do bem comum, de oferecer aos cidadãos a possibilidade efetiva de participar nas decisões, de acatar e de respeitar as determinações judiciais, em clima pacífico”, afirma a entidade, acostumada a se manifestar sobre temas políticos e econômicos. Resultado final de encontro nesta semana do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep), a nota é assinada por dom Geraldo Lyrio Rocha (presidente), dom Luiz Soares Vieira (vice) e dom Dimas Lara Barbosa (secretário geral). Na nota, ao cobrar o respeito do governo às decisões judiciais, a CNBB faz menção ao fato de a obra de transposição não ter sido interrompida terça-feira e quarta-feira, mesmo diante de uma liminar dada, segunda-feira, pela Justiça Federal. O Ministério da Integração Nacional informou que somente anteontem à noite foi notificado da decisão.
Já no recado da nota sobre a participação popular nas decisões de governo, a CNBB entra na discussão levantada pelo próprio dom Luiz, segundo a qual a gestão petista teria iniciado as obras sem ter dado a oportunidade de opinião para setores da sociedade contrários à transposição. Dom Cappio está em Sobradinho (BA) e completa hoje 18 dias de greve de fome. Na nota divulgada ontem, ao sair em defesa do bispo de Barra, a CNBB aproveita ainda para colocar em xeque recentes declarações de integrantes do governo de que a transposição irá matar a sede de 12 milhões de nordestinos. “Dom Luiz Cappio traz à luz o embate entre dois modelos opostos de desenvolvimento: de um lado, o modelo participativo e sustentável, que valoriza a agricultura familiar e a preservação da natureza; e de outro, o que privilegia o agro e hidronegócios, com sérios prejuízos ambientais e sociais, pois explora o povo e destrói os rios e as florestas”. (Folhapress)
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Movimentos sociais ocupam Codevasf
Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Movimento Estadual dos Trabalhadores Assentados e Acampados da Bahia (Ceta) e de grupos religiosos invadiram, ontem de manhã, as sedes da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), em Guanambi e Irecê.
Segundo a organização dos movimentos, as ocupações não impedem o trabalho nos locais. O objetivo da ação é protestar contra o projeto de transposição do Velho Chico e em apoio ao jejum de dom Cappio, que entra no 18º dia sem se alimentar em protesto contra as obras, em Sobradinho.
“Nosso ato é pacífico, como o jejum do bispo”, afirma o coordenador da CPT para o Projeto São Francisco, Ruben Siqueira. “Iniciamos as ocupações com cerca de 150 pessoas nas duas frentes, 50 delas fazendo greve de fome solidária ao bispo, mas já há mais manifestantes integrando as ocupações”. De acordo com ele, não há prazo para o fim das ocupações.Em Sobradinho, dom Luiz recebeu o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que prestou solidariedade à causa do bispo. “O povo tem direito a participar democraticamente das decisões sobre seu território”, afirmou. “Dom Cappio tem razão quando diz que seria melhor revitalizar o rio e aproveitar melhor a água para favorecer as populações de seu entorno”.
Sobre o posicionamento contrário ao do governo do PT, Suplicy acredita que um debate mais aprofundado sobre o projeto poderia ser a solução. “Sei que muitos são favoráveis à transposição, com argumentos vários, mas acredito que seria importante suspender as obras até que os debates mostrem o melhor caminho a seguir”, afirmou o senador. À noite, Suplicy participou da missa que Cappio comanda diariamente, na Capela de São Francisco, e prometeu que o tema de seu pronunciamento no Senado na próxima segunda-feira será a conversa que teve com o bispo.
Fonte: Correio da Bahia

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